Deputada protocola ao STF pedido de afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da CBF

A deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, protocolou na segunda-feira uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. O pedido se baseia em alegações de fraude na assinatura do ex-presidente da entidade, Coronel Nunes, no acordo homologado em fevereiro deste ano, que validou a eleição de Ednaldo. A deputada solicita ainda o reexame do pacto e a revisão da homologação do acordo.

A parlamentar Daniela do Waguinho, ex-ministra do Turismo, recorreu ao STF em busca do afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O pedido se baseia em um laudo pericial anexado à petição, que aponta a falsificação da assinatura de Coronel Nunes no acordo homologado pelo tribunal em fevereiro deste ano. Nunes, que foi vice-presidente de Ednaldo, foi um dos signatários do acordo que validou a eleição de Rodrigues para o cargo.

O laudo, assinado por Jacqueline Tirotti, especialista em perícias judiciais, conclui que a assinatura de Nunes no acordo “não foi realizada de forma livre e consciente”, o que levanta dúvidas sobre a autenticidade do documento. Além disso, a petição cita um laudo médico que atesta que Nunes, à época da assinatura, não possuía condições físicas e cognitivas para consentir com qualquer acordo.

O ministro Gilmar Mendes, que é relator do caso no STF, analisará o pedido de Daniela do Waguinho e os documentos anexados à petição. A CBF, por sua vez, informou que não se pronunciará sobre o caso no momento.

Foto: União Brasil/Câmara dos Deputados

Contexto jurídico e político:

A disputa pela presidência da CBF remonta a um longo processo de questionamentos legais. Em 2022, a eleição de Ednaldo Rodrigues foi alvo de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro, após alterações no estatuto da CBF que foram consideradas prejudiciais aos clubes de futebol. Embora o acordo tenha sido homologado pelo STF em fevereiro deste ano, o processo não terminou sem controvérsias.

Em 24 de março de 2024, Ednaldo foi reeleito por aclamação para o mandato de 2026 a 2030, mas o pedido de revisão do acordo, feito por Daniela, surge após alegações de fraude. A petição não apenas pede o afastamento de Ednaldo, mas também a revisão do pacto homologado, baseado em “fatos novos e de extrema relevância”.

O julgamento do caso no STF está agendado para o próximo dia 28 de maio e pode ter implicações sérias sobre a presidência da CBF, afetando a estabilidade da gestão de Ednaldo Rodrigues e o futuro da entidade, especialmente no momento em que o futebol brasileiro enfrenta um impasse quanto à contratação de um novo técnico para a seleção nacional, após a demissão de Dorival Júnior em março.

O impacto nas eleições da CBF:

O pedido de Daniela do Waguinho pode gerar um impacto significativo nas eleições dentro da CBF e na liderança da entidade, já que a legitimidade do processo eleitoral de Ednaldo Rodrigues está sendo questionada judicialmente. A ausência de um técnico para a seleção brasileira, enquanto a crise se desenrola nos bastidores da CBF, só adiciona mais complexidade ao cenário, prejudicando ainda mais a imagem da gestão de Rodrigues.

A CBF, por ora, não se manifestou sobre as acusações, mas a disputa política e as investigações em curso podem provocar uma reviravolta nas próximas semanas. O STF, com o julgamento marcado para o final de maio, será o cenário definitivo para a definição dos próximos passos da presidência da entidade.

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