Rússia apoia cessar-fogo de 30 dias proposto por Trump

O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, afirmou nesta sexta-feira (9/5) que “apoia a decisão” de trégua, mas que o cessar-fogo deve levar em consideração certas “nuances”, como a necessidade de mecanismos eficazes de monitoramento e garantia de que o acordo será respeitado por todas as partes. Moscou voltou a acusar a Ucrânia de já ter violado acordos anteriores.

Protagonizando o papel de intermediador entre os lados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs um cessar-fogo de 30 dias entre Rússia e Ucrânia. A iniciativa, cujo objetivo é conter a escalada do conflito, foi imediatamente apoiada pela Ucrânia. A Rússia, após longo período, demonstrou apoio, embora condicionado a determinadas exigências operacionais.

“Este tema foi apresentado há muito tempo pelo lado ucraniano. E, assim que foi apresentado pelo governo americano de Donald Trump, foi apoiado pelo presidente Vladimir Putin, com a ressalva de que é muito difícil discutir isso em detalhes se não forem encontradas respostas para um grande número de nuances em torno da noção de cessar-fogo”, declarou Peskov.

No início da semana, o presidente russo Vladimir Putin havia expressado o desejo de um cessar-fogo de 72 horas na Ucrânia em comemoração ao 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Já o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou veementemente a proposta, rebatendo que só aceitaria a trégua, com um prazo de 30 dias.


Impasses travam acordo de paz

  • Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar um cessar-fogo temporário durante o feriado de Páscoa com a Ucrânia, Zelensky “debochou” de Putin e afirmou que a trégua temporária era uma forma de “brincar com vidas humanas”.
  • O líder ucraniano declarou, no domingo de Páscoa, que o exército russo violou o cessar-fogo de Vladimir Putin mais de 2 mil vezes.
  • A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova declarou que “as forças ucranianas nem sequer pensaram em cessar-fogo na Páscoa, tendo violado o cessar-fogo cerca de 5.000 vezes”.
  • Recentemente, Ucrânia e EUA assinaram acordo estratégico de minerais, fazendo com que Trump retorne a um posto de intermediador ainda mais ativo em prol do lado ucraniano.

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Donald Trump e boa parte dos líderes de potências europeias alertam que sanções adicionais podem aplicadas contra o país que descumprir a trégua. Segundo ele, a paz imediata é “vital para a estabilidade global” e o cessar-fogo seria uma oportunidade de desescalar o conflito sem imposições territoriais.

Um dos grandes impasses que impedem um acordo entre os países, é a divisão de territórios entre as potências. Putin pede que a Ucrânia devolva os territórios conquistados durante a guerra que já perdura há três anos no leste europeu, enquanto Zelensky segue firme em sua visão de não ceder terras à Rússia: “Sem recompensas para Putin”, afirma.

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