Após firmar um acordo com o governo dos Estados Unidos para a redução temporária das tarifas comerciais aplicadas de parte a parte, a China derrubou o veto que havia feito à importação de aviões fabricados pela Boeing, gigante norte-americana de aviação.
Segundo informações da Bloomberg, autoridades comerciais de Pequim já informaram as companhias aéreas nacionais que as entregas de jatos da Boeing podem ser retomadas.
As duas maiores economias do mundo anunciaram um entendimento, no início desta semana, que prevê uma pausa na guerra tarifária. Os EUA reduzirão as taxas aplicadas sobre produtos chineses de 145% para 30% durante um período de 90 dias.
O governo chinês, por sua vez, aceitou reduzir taxas sobre produtos norte-americanos de 125% para 10%, além de abolir outras medidas retaliatórias anunciadas contra os EUA.
Boeing se preparava para revender aviões
No fim de abril, a Boeing afirmou que estava preparada para revender as aeronaves que foram rejeitadas pela China, em meio à guerra comercial travada entre o país asiático e os EUA.
As declarações foram dadas pelo presidente da gigante norte-americana de aviação, Robert Kelly Ortberg, em entrevista à CNBC.
“Estamos trabalhando com nossos clientes neste momento, mas não vamos esperar muito tempo”, afirmou o executivo.
“Vamos dar aos clientes a oportunidade, se quiserem receber os aviões. É isso que preferimos fazer. Mas, se não for possível, vamos recolocar esses aviões no mercado para quem quiser comprá-los”, garantiu o presidente da Boeing.
Ainda segundo Ortberg, a Boeing retiraria mais um avião 737 Max que ainda estava no centro de entregas da companhia na China.
“Tínhamos três aviões na China prontos para ser entregues e acredito que dois já voltaram aos Estados Unidos. Estamos trazendo o terceiro de volta também”, disse o executivo.
“Seremos bastante pragmáticos sobre o que faremos com os aviões que ainda não foram fabricados”, prosseguiu o presidente da Boeing. Ortberg citou ainda a possibilidade de que os jatos sejam “redirecionados” para outras companhias aéreas.
Avião voltou da China aos EUA
Um avião da Boeing retornou da China aos EUA, no último dia 20 de abril. Em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, Pequim determinou que as companhias aéreas chinesas suspendessem as compras de jatos da Boeing.
A ordem do governo chinês foi a de que as companhias aéreas locais “suspendessem todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas norte-americanas”.
A aeronave modelo 737 MAX da Boeing, que originalmente era destinada à companhia aérea chinesa Xiamen Airlines, pousou no Boeing Field, em Seattle (EUA).
O avião, que já estava pintado com as cores da Xiamen Airlines, fez escalas para reabastecimento em Guam (território insular dos EUA na Micronésia, região oeste do Oceano Pacífico) e no Havaí (EUA) durante o trajeto de cerca de 8 mil quilômetros.