Brasília – A máscara caiu. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi oficialmente considerada inelegível por oito anos, após ser condenada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. A bolsonarista, conhecida por espalhar fake news e flertar com o golpismo, foi enquadrada pela Lei da Ficha Limpa, que prevê a punição imediata após decisão colegiada.
O veredito foi fechado pela Primeira Turma do STF e já impede Zambelli de disputar qualquer cargo até, no mínimo, 2030. A decisão vale a partir de 2022, ano dos fatos criminosos. Mesmo que a defesa tente recorrer, o carimbo de ficha suja já está estampado.
Condenação por fraude, golpismo e fake news
Além da perda dos direitos políticos, Zambelli foi condenada por envolvimento direto com o hacker Walter Delgatti, numa tentativa patética de desmoralizar o Poder Judiciário. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, a parlamentar “atuou de forma premeditada, consciente e organizada para atacar instituições democráticas”.
Delgatti, a mando de Zambelli, inseriu 16 documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão forjado contra o próprio Moraes. A investida, segundo o relator, fazia parte de uma estratégia golpista que desembocou nos atos terroristas de 8 de janeiro.
“A proximidade entre a fraude digital e a tentativa de golpe não é coincidência”, afirmou Moraes no voto, em linha com o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Zambelli armada, descontrolada e condenada
Como se não bastasse a fraude cibernética, Zambelli ainda responde a outro processo no STF por um episódio grotesco e perigoso: a perseguição armada contra o jornalista Luan Araújo, em plena luz do dia, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Na ocasião, a parlamentar sacou uma arma e correu atrás de Luan pelas ruas do bairro dos Jardins, em São Paulo. A cena digna de filme B chocou o país e escancarou o desprezo da bolsonarista pela democracia e pela vida.
Já há 6 votos a 0 pela sua condenação nesse caso, com pena prevista de 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. A conclusão do julgamento só não saiu porque o ministro Nunes Marques, conhecido por sua afinidade com o bolsonarismo, pediu vista. Coincidência?
A ficha caiu. Literalmente.
Zambelli agora coleciona condenações, perde o mandato, o direito de se candidatar e ainda enfrenta o risco real de cumprir pena na cadeia. O bolsonarismo perde mais uma peça-chave na sua cruzada antidemocrática, mas o estrago já foi grande.
Enquanto isso, a Justiça vai reconstruindo, passo a passo, o que a extrema-direita tentou destruir. Ainda há muito a fazer — e muitos outros cúmplices a julgar.
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