Comerciante “adotou” aranha e bar virou ponto de visitação em Itaquera

Enquanto a maior parte das pessoas se assustam com a presença de aranhas, o comerciante Verlei Saraiva, o Nei, de 62 anos, foi na direção contrária. Ele, que tem um bar na zona leste de São Paulo, achou uma caranguejeira perdida no meio da rua e decidiu cuidar do animal, com direito a comida, água e até rolinho de papel higiênico dentro de um pote de vidro. O bicho virou celebridade por algumas semanas no bar em Itaquera, mas acabou sendo solto na mata.

O encontro entre Nei e a aranha aconteceu por volta das 19h. O bicho passou pelo meio da perna de um amigo e ambos notaram que ela seguia para o meio da rua, sem dar muita bola. Nada de picada ou salto para assustar os humanos. O amigo, mesmo assim, queria matar a pernuda; o dono do bar teve compaixão e evitou o “aracnicídio”.

E fez até mais que isso: recolheu a aranha com carinho e uma pá de lixo, colocando-a dentro do pote de vidro. A atitude chamou a atenção dos vizinhos e o bicho virou febre na vizinhança. Celebridade. “Tinha gente que queria até enfiar a mão para pegá-la”, afirmou Nei.

O dono do bar mostrou para a reportagem as mensagens enviadas por familiares, que o orientaram a ter o máximo cuidado. Nada disso, porém, espantou Nei, que não se contentou em dar comida e “casa” para a aranha. “Fiquei pensando: ‘Esse bichinho é vivo, precisa de água também’. Peguei uma tampinha e deixei um pouquinho de água. Se tem vida, ela quer beber um pouquinho de água.”

Medo de aranha

O Metrópoles perguntou se Nei não tem medo de aranha, como parte da vizinhança — e do planeta.  “Chegar e meter a mão, não. Mas se tiver alguma coisinha para pegar, ah, aí eu não tenho medo”, disse.

A aranha já não estava muito feliz no pote de vidro, apesar da comida, da água e de ter virado celebridade no boteco da Rua Sho Yoshioka, no Jardim Helian, em Itaquera. Foi isso que Nei diz ter percebido ao longo do tempo. E o “amor” o levou a se separar do bicho. “Eu vi que ela estava meio assim e resolvi soltar”, diz. “Deixei ela cair para o mato.”

Cuidados

Segundo diretor do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, Antonio Brescovit, a aranha que foi criada por duas semanas por Nei é uma caranguejeira macho adulta.

No entanto, fica a recomendação: não crie aranhas em casa. As caranguejeiras, por exemplo, têm corpo revestido por pelos (cerdas) urticantes, que causam alergias e irritação na pele. A picada é dolorosa para os humanos, mas o veneno é muito tóxico somente para animais que são devorados por elas.

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