STF inicia depoimentos sobre plano golpista de Bolsonaro

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início nesta segunda-feira (19 de maio) a uma nova etapa da investigação sobre o plano golpista de Jair Bolsonaro.

O tribunal começa a ouvir 81 testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus acusados de planejar a ruptura democrática.

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Entre os convocados estão nomes de peso: Hamilton Mourão, senador e ex-vice-presidente; Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo; e o guru do ultraliberalismo brasileiro, Paulo Guedes.

A lista ainda inclui generais que, segundo a Polícia Federal, receberam diretamente de Bolsonaro o esboço de um decreto para cancelar as eleições.


STF expõe a cúpula do bolsonarismo

Boa parte das testemunhas tem conexão direta com as Forças Armadas. O próprio comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, terá que explicar o que sabia.

As oitivas, conduzidas por um juiz auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes, devem se estender até junho.

Nessa fase, os depoimentos serão confrontados com as provas já reunidas, incluindo a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Cid entregou nomes e detalhes que jogam luz sobre o papel das Forças Armadas no plano de ruptura.



Generais no centro da trama golpista

Entre os primeiros ouvidos estarão os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).

Foram eles que afirmaram à PF que Bolsonaro apresentou pessoalmente um rascunho de decreto para anular o resultado das eleições de 2022. A peça seria parte central da tentativa de golpe.

O depoimento de Ibaneis Rocha, governador afastado do DF na época dos ataques golpistas de 8 de janeiro, foi retirado pela PGR, mas a defesa do ex-ministro Anderson Torres ainda pode convocá-lo.


Cid, Uberlândia e os bastidores do golpismo

Outros personagens também entram em cena. Um deles é Éder Balbino, apelidado de “gênio de Uberlândia”, citado em mensagens trocadas no núcleo golpista.

A defesa de Torres apresentou uma lista de 38 testemunhas, das quais apenas uma foi recusada. Já Freire Gomes aparece como o mais requisitado entre os réus.

Hamilton Mourão, sempre em cima do muro, foi chamado por quatro dos acusados, incluindo o próprio Bolsonaro.

A estratégia das defesas é clara: diluir responsabilidades e confundir a narrativa – mas os fatos, dessa vez, falam mais alto.

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