A agência de mercado IDC divulgou dados que mostram um aumento de 88% no preço médio dos smartphones no Brasil. As informações foram repercutidas pelo O Globo, e refletem uma série de fatores internos e externos da economia nacional.
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De acordo com os levantamentos, o valor médio passou de R$ 1.361 no primeiro trimestre de 2024 para R$ 2.557 no mesmo período de 2025.
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Por isso, as vendas de celulares recuaram quase 10% nos últimos 12 meses, refletindo a maior dificuldade para adquirir um novo smartphone.
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Segundo a agência Omdia, os modelos com preço abaixo de R$ 1.200 respondem por 40% das vendas em 2025. Isso representa o dobro da participação registrada no ano anterior.
Além disso, o mercado ilegal responde por quase 20% das vendas de celulares no país. Esse crescimento costuma ser associado aos preços desse tipo de dispositivo, que normalmente são mais baixos.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tem feito declarações contundentes em relação à atuação dos marketplaces neste contexto, e pretende tirar plataformas como a Amazon e o Mercado Livre do ar, caso a situação se mantenha.
Aumento dos preços tem explicações dentro e fora do país
Analistas apontam que a alta do dólar ao longo do ano passado continua influenciando os custos, mesmo com uma trégua em 2025. Além disso, fabricantes têm investido em modelos mais avançados, com conectividade 5G e funcionalidades ampliadas de inteligência artificial (IA), o que tende a aumentar o valor dos dispositivos.
Os custos logísticos também devem subir de forma consistente, por causa das novas políticas de tarifação dos Estados Unidos. Uma trégua de 90 dias na guerra comercial foi anunciada há algumas semanas, mas é considerada apenas um “alívio temporário”.
Também foi apontado que o Brasil atrai produção de multinacionais por conta das taxas de importação, estimadas em 40%. Fabricantes que atuam no Brasil têm oferecido opções com preços mais acessíveis, ainda que não abram mão do 5G e IA.

Fabricação nacional é tendência
Por conta do contexto econômico, é percebido um movimento de maior nacionalização na fabricação dos aparelhos. Isso pode ajudar a reduzir custos ao longo do tempo, entre outras vantagens.
A expectativa é de melhora nas vendas ao longo do ano, mas o total de celulares comercializados em 2025 deve ficar 6% mais baixo que o ano anterior. Menos de 38 milhões de unidades devem ser remetidas em 2025.
Esse possível desempenho seria o pior desde 2019, quando foram vendidas 49,3 milhões de unidades.
Marcas respondem ao contexto atual
Entre a Apple, Samsung e empresas chinesas, a estratégia das companhias já se alterou ao longo dos últimos meses. Veja abaixo alguns pontos de destaque das principais companhias:
- Apple: iniciou a produção do iPhone 16e no Brasil. O celular mais barato da empresa para 2025 tem fabricação na fábrica da Foxconn em São Paulo;
- Samsung: com 50% das vendas do mercado brasileiro, a coreana tenta levar o 5G aos segmentos mais básicos, com o lançamento de celulares como o Galaxy A06 por R$ 899.
- Realme: anunciou fabricação local na Zona Franca de Manaus, com a meta de fazer 28 mil celulares por mês
- OPPO: realiza a produção nacional em parceria com a Multi;
- Jovi: é a chinesa Vivo renomeada para não causar confusão com a operadora de telefonia. Anunciou recentemente a chegada ao mercado nacional, e venderá celulares a partir do final deste mês.
Em outra frente, as operadoras de telecomunicações ampliaram sua participação nas vendas de celulares. Em 2025, elas respondem por 12,15% das vendas, contra 9,28% em 2024.
São oferecidos mais subsídios para troca de aparelhos em planos pós-pagos, em alguns casos com parcelamentos superiores a 20 meses. O foco é impulsionar a venda de smartphones compatíveis com a rede 5G.
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