Uma equipe de pesquisadores liderada pelo astrobiólogo Trent Thomas, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, realizou um novo estudo sobre o Sistema Trappist-1. De acordo com as observações, os sete planetas rochosos localizados a 40 anos-luz da Terra podem conter água, considerada essencial para a vida. A pesquisa foi publicada em pré-print e está disponível no arXiv desde maio.
Os sete planetas do sistema orbitam uma estrela anã vermelha do tipo M. Esse tipo de estrela é menor e mais fria que o nosso Sol, e também é conhecida por ter uma maior propensão à atividade de erupções.
O sistema foi descoberto em fevereiro de 2017 e tem sido estudado intensamente pelos cientistas porque três dos planetas estão localizados em uma zona habitável, ou seja, na região onde a água líquida poderia existir na superfície. A presença da substância é considerada um pré-requisito fundamental para a existência de vida.
Estudos anteriores já indicavam a possibilidade dos planetas ao redor de anãs vermelhas conterem grandes quantidades de água, mas sem conservá-las por muito tempo. Outras pesquisas revelam que a intensa radiação ultravioleta causada pela estrela hospedeira faz com que esses planetas percam muita água para o espaço.
Ajuda do telescópio espacial James Webb
Através das observações do JWST do exoplaneta Trappist-1 C, a equipe de pesquisadores descobriu que ele não tem uma atmosfera espessa de dióxido de carbono, como se imaginava anteriormente. A descoberta enfraquece a ideia de que o local seria parecido com Vênus, que tem uma atmosfera densa e tóxica.

Apesar disso, ainda é possível que exista vapor d’água ou oxigênio na atmosfera do Trappist-1 C. De acordo com as observações, o oxigênio pode ser produzido apenas pela quebra de moléculas de água pela radiação, desmistificando a ideia de sinal de vida no local.
Os cientistas também investigaram se esse e os outros planetas do sistema poderiam ter atividades internas capazes de repor água e gases na superfície ou atmosfera, como vulcanismo. Eles criaram um modelo teórico, comparando os exoplanetas do sistema Trappist-1 com os rochosos do nosso Sistema Solar (Terra, Marte, Vênus e Mercúrio).
Eles concluíram que as taxas de desgaseificação nos planetas Trappist-1 variam entre 0,03 e 8 vezes as das Terra. No entanto, provavelmente, a atividade vulcânica deles é baixa ou inexistente, com as taxas de magma parecidas com as de Marte, na verdade. O planeta marciano é considerado vulcanicamente morto.
Ainda foi revelado que os planetas devem ter mantos relativamente secos, com menos de 1% de água. O valor é semelhante ao conteúdo hídrico do manto terrestre.
As observações do JWST sobre o Trappist-1 ainda estão em estágio inicial e novas informações sobre o potencial de vida desse sistema poderão surgir com o avanço da exploração.
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