Washington (EUA) – A fúria de Donald Trump contra quem ousa criticá-lo atingiu novo patamar.
Agora, o republicano que voltou à presidência dos Estados Unidos decidiu mirar sua artilharia em nomes de peso da cultura pop mundial, como Beyoncé, Bruce Springsteen, Bono Vox e Oprah Winfrey. O motivo? Apoiaram Kamala Harris nas eleições passadas.
Segundo Trump, essas manifestações públicas de apoio não foram espontâneas, mas “compradas” – o que, segundo ele, caracterizaria crime de campanha. A ideia absurda foi lançada com toda a pompa paranoica na sua rede Truth Social, onde prometeu abrir uma “grande investigação”.
Trump surta e promete caçada contra artistas “antipatrióticos”
Em sua cruzada delirante contra opositores, Trump afirmou que celebridades que se posicionaram a favor de Kamala Harris durante a campanha receberam dinheiro para isso. “Quanto Kamala pagou a Bruce Springsteen por sua fraca apresentação?”, questionou, como se estivesse em um tribunal de reality show.
Para o ex-apresentador de televisão e atual presidente ultradireitista, artistas que apoiam candidatos progressistas são “antipatrióticos” e estariam “se aproveitando de um sistema falho”.
Springsteen não recua: “Trump é um traidor”
Mas quem achou que o The Boss ficaria calado, errou feio. Durante sua turnê “The Land of Hope and Dreams” no Reino Unido, Bruce Springsteen deixou claro que não abaixa a cabeça pra autoritarismo:
“Os Estados Unidos estão nas mãos de um governo corrupto, incompetente e traidor.”
Na sequência, fez um chamado à resistência:
“Unam-se a nós, ergam suas vozes contra o autoritarismo e deixem a liberdade ecoar.”
Trump responde com xingamentos e grosseria
Como de costume, Trump não debate ideias, apenas agride. Chamou Springsteen de “idiota”, “sem talento” e “ressecado”, em mais uma de suas explosões online. Ao invés de apresentar argumentos, recorreu ao velho manual bolsonarista de desqualificação pessoal.
Liberdade de expressão vira alvo da extrema-direita
Springsteen seguiu em frente, denunciando a escalada autoritária em seu país. “Estão perseguindo pessoas por exercerem seu direito à liberdade de expressão”, afirmou em outro show. E foi além:
“Estão deportando americanos sem o devido processo, revertendo direitos civis históricos e se aliando a ditadores.”
Diante da tentativa grotesca de criminalizar opinião política, a reação do cantor mostra o que falta à extrema-direita: coragem moral.