O grau de amadorismo de Fernando Haddad é assustador. Ontem, em poucas horas, ele teve de revogar parte das medidas relativas ao IOF diante da reação negativa do mercado. Reação óbvia.
Como é que o ministro da Fazenda e os seus assessores não supuseram que o mercado ficaria apavorado com a imposição de IOF para investimentos de fundos no exterior e o aumento do imposto sobre as remessas para investimentos de pessoas físicas?
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Ao recuar nesses dois pontos, Fernando Haddad disse que “tivemos subsídios de pessoas do mercado dizendo que o IOF poderia acarretar problemas”.
É patético: já que não imaginava o impacto que o anúncio teria, por que o ministro da Fazenda não procurou ter subsídios de pessoas do mercado ANTES de decretar as medidas?
Aliás, bastaria ter ouvido o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que diria a Fernando Haddad que muita gente interpretaria as medidas como primeiro passo para o controle de capital da parte do governo — e o capital foge rapidamente de controle governamental, como sabe qualquer aluno de economia, aquela matéria de que ministro da Fazenda não gostava na faculdade.
Tudo isso para quê? Para financiar a voracidade do governo Lula, que não voltou atrás no anúncio dos aumentos de IOF na compra de moeda estrangeira, nos gastos com cartões no exterior e em depósitos mensais acima de R$ 50 mil em previdência privada. O presidente da República precisa do nosso dinheiro para tentar ser reeleito.
É espantoso que ainda exista gente que acredita que Fernando Haddad é melhor do que o seu chefe. Ele disse que o governo não tem problema em corrigir a rota, mas só há uma rota: a que leva ao abismo.