Brasília – O brasileiro Hugo Calderano entrou para a história do esporte neste sábado (24 de maio) ao se classificar para a final do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa 2025, realizado em Doha, no Catar. Com uma virada memorável, Calderano derrotou o chinês Liang Jingkun por 4 sets a 3 e se tornou o primeiro atleta do Brasil — e de toda a América do Sul — a chegar à decisão da maior competição da modalidade.
Jogo tenso, vitória suada
A semifinal foi uma verdadeira batalha de nervos. Calderano, atual número 3 do ranking mundial, começou melhor e venceu os dois primeiros sets por 15 a 13 e 11 a 7. O chinês reagiu, levando o terceiro set por 11 a 8, mas o brasileiro recuperou o controle no quarto: 11 a 8. Quando parecia que a vaga estava ao alcance, Liang empatou o jogo ao vencer os dois sets seguintes por 11 a 3 e 11 a 7. No set decisivo, Calderano segurou a pressão e fechou a partida em 11 a 9, arrancando aplausos até dos adversários.
A final está marcada para este domingo (25 de maio), às 9h30 (horário de Brasília). Pela frente, Calderano enfrentará outro gigante chinês: Wang Chuqin, número 2 do mundo e bicampeão olímpico.
Um feito sem precedentes no Brasil
A classificação de Hugo Calderano para a final do Mundial não é apenas uma conquista individual — é um marco no esporte brasileiro. Até agora, nenhum atleta do país havia sequer passado das quartas de final nessa competição. Calderano já havia feito história há um mês, ao vencer a Copa do Mundo em Macau, tornando-se o primeiro atleta das Américas a levar o título.
O brasileiro vem colecionando feitos inéditos para o continente, e sua ascensão no circuito internacional de tênis de mesa é resultado de anos de dedicação, treinamentos fora do país e investimento pessoal em uma carreira até então pouco visibilizada no Brasil.
O domínio chinês e a resistência brasileira
O tênis de mesa é dominado há décadas pela China, que acumula títulos e atletas no topo do ranking mundial. Enfrentar e derrotar nomes como Liang Jingkun e agora encarar Wang Chuqin é mais do que um desafio técnico — é romper uma hegemonia histórica que há anos parecia intransponível.
E Calderano faz isso com estilo: agressivo, técnico e emocionalmente equilibrado, ele representa uma nova geração de atletas latino-americanos que não se intimidam diante de superpotências esportivas.
O impacto da vitória no esporte nacional
A presença de Calderano na final deve reverberar no cenário esportivo brasileiro, ainda marcado pela desigualdade no acesso a modalidades olímpicas que não sejam futebol, vôlei ou atletismo. Seu desempenho pode servir de incentivo à popularização do tênis de mesa no país, especialmente entre jovens que se veem fora dos esportes mais tradicionais.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) celebrou o feito com entusiasmo e já fala em legado. Mas é preciso ir além das notas protocolares. Se Calderano vencer o Mundial, o Brasil terá uma rara chance de reposicionar seu lugar no mapa esportivo global — e isso exige políticas públicas de incentivo, investimento estrutural e valorização de novos talentos.
O Carioca esclarece
Quem é Hugo Calderano?
É um atleta carioca de 28 anos, considerado o maior nome da história do tênis de mesa no Brasil. Atual número 3 do mundo, coleciona títulos e vitórias históricas contra chineses.
O que representa sua ida à final?
Um marco inédito para o Brasil e para toda a América do Sul, já que nenhum atleta do continente havia chegado à final do Campeonato Mundial.
Quem é o adversário na final?
O chinês Wang Chuqin, número 2 do mundo e bicampeão olímpico, que chega como favorito, mas com Calderano em sua melhor fase.
Como a vitória impacta o esporte nacional?
Pode impulsionar o interesse pelo tênis de mesa no país, aumentar o apoio institucional à modalidade e abrir caminhos para novos talentos.