Festival 3i discute o uso da inteligência artificial nas redações jornalísticas

O Festival 3i, maior evento de jornalismo digital do país, aconteceu durante os dias 6, 7 e 8 de junho, na ESPM, no Rio de Janeiro. O Canaltech marcou presença no evento na sexta-feira (7), e acompanhou painéis que trataram sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) nas redações de jornalismo. 

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Na mesa apresentada por Ana Paula Valacco, Karen De La Hoz, Juan Pablo Marín Díaz e Juliana Proserpio, alguns debates sobre o uso das IAs foram levantados. Os apresentadores destacaram que o uso dessas ferramentas ainda acontece muito de maneira individual, sem que haja, em muitos casos, uma diretriz interna capaz de orientar o uso da tecnologia para que ela seja responsável e segura. 

Os palestrantes também contaram como costumam usar, individualmente, as ferramentas de inteligência artificial em contextos pessoais e de trabalho. Juan destacou que tem o hábito de usar o ChatGPT ou Cloud para fazer uma espécie de entrevista consigo mesmo, e que isso o ajuda a organizar as ideias e pensamentos. 


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Outro truque que ele também revelou que usa consiste em perguntar à IA o significado das palavras utilizadas por ela. Juan opinou que, às vezes, os significados das palavras podem não ser os mesmos e, nesse sentido, questionar a IA pode ser útil para “moldar” instruções dadas ao sistema.

Ao final da palestra, foram permitidas perguntas dos ouvintes, e uma em especial chamou atenção. Victor refletiu um dilema: para ele, as IAs não são ferramentas capazes de criar nada inovador ou inspirador já que “copiam” os humanos. E ele destacou, ainda, que do ponto de vista técnico, só funcionam se as pessoas usarem. Ou seja, se as pessoas não utilizarem as ferramentas de IA, elas nunca melhoram e, assim, não são mais capazes de dar respostas satisfatórias. Em contrapartida, quanto mais se usa, melhor ela fica e torna cada vez mais o trabalho do criador de conteúdo — seja ele jornalista ou não — “obsoleto”.

As respostas dos palestrantes vieram em consenso: as ferramentas já estão aí, e isso não volta atrás. Ana Paula reforçou que elas surgem para capacitar e ajudar, e Juliana destacou que os debates sobre a criatividade, autoria e originalidade da IA se deparam com conceitos que, por si só, também são alvo de discussões e interpretações complexas.

O painel com Tai Nalon, fundadora e diretora-executiva do jornal Aos Fatos, abordou como as ferramentas de IA desenvolvidas pelo portal surgiram a partir de demandas da redação. Entre elas, destacam-se a necessidade de analisar extensos materiais jornalísticos e lidar com grandes volumes de transcrições de gravações, o que exigiu soluções tecnológicas capazes de otimizar tempo, garantir precisão e ampliar a capacidade de apuração da equipe. 

Nesse contexto, eles utilizam ferramentas como o Radar, que monitora desinformação na internet, o Escriba, capaz de fazer transcrições com IA e a Fátima, que funciona como um chatbot.

Nalon também falou sobre um novo projeto desenvolvido pela companhia, capaz de transcrever conteúdos de lives e vídeos ao vivo em tempo real. A ferramenta, que também é alimentada por IA, identifica pessoas e tema de conteúdos, facilitando o processo de identificação de oportunidades. 

Além disso, também acompanhamos alguns Cases de perto, e dois em destaque também são baseados em IA: o primeiro, desenvolvido pelo portal paraguaio El Surti, que usa a tecnologia para treinar modelos e facilitar a comunicação com falantes do Guarani, e o Capí, um chatbot de IA desenvolvido pela Ambiental Media que pode ser usado para tirar dúvidas sobre mudanças climáticas. 

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