RJ: assassinos de advogado tentaram enganar polícia. Veja estratégias

Conforme a Delegacia de Homicídios, responsável pela capital do Rio de Janeiro e pela investigação da execução do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, a morte foi uma ação articulada, e os assassinos tentaram enganar a polícia, para dificultar a identificação deles. 

De acordo com a polícia, três suspeitos foram identificados, além de terem sido descobertas algumas das medidas usadas pelas criminosos para colocar o crime em prática. Rodrigo Crespo foi morto a tiros no último dia 26 de fevereiro, na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio.


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Crime incomum

Segundo a polícia, desde o início, os bandidos demonstraram que não se tratava de um crime comum. No dia seguinte à morte de Rodrigo Crespo, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos disse que a ação havia sido planejada.

Veja algumas das estratégias usadas pelos criminosos e descobertas pela polícia:

  • Veículo alugado

Um veículo V/W Gol, de cor branca foi alugado numa locadora de carros. Assim, a proprietária é a empresa e qualquer perícia é prejudicada pela alta rotatividade do carro.

  • Placa clonada

Além de usar um veículo alugado, os criminosos utilizaram um carro idêntico ao retirado na locadora, mas com uma placa copiando uma real, o chamado clone.

  • Carros semelhantes

O uso de carros semelhantes possibilitou que um dos carros acompanhasse Rodrigo Crespo de casa até o escritório no Centro da cidade e ali passasse pouco mais de três horas, entre 11h e 14h, do dia 26 de fevereiro. Após este horário, o veículo foi substituído por um outro que estacionou no mesmo lugar onde o anterior estava, o que não chamou a atenção das pessoas que transitam pela região.

  • Número internacional

Chamou a atenção dos investigadores que o policial militar Leandro Machado da Silva, lotado no Batalhão de Duque de Caxias, utiliza um número de celular do exterior. A ideia é dificultar o rastreamento. A prática, segundo a polícia, se tornou comum entre contraventores do Rio.

  • Balaclava

O local do crime é cheio de câmeras de segurança, mas foi possível flagrar alguém correndo, encapuzado, para realizar disparos contra o advogado Rodrigo Crespo. Até o momento, a polícia não identificou o assassino.
Apesar das estratégias usadas pelos criminosos e um planejamento que levou os bandidos a seguirem o advogado por, pelo menos, três dias anteriores à sua morte, a DH já conseguiu traçar o caminho de um dos veículos usados no crime.

Identificação dos assassinos

A partir da apuração do caso, a polícia conseguiu identificar Eduardo Sobreira Moraes, de 47 anos, e o policial militar Leandro Machado da Silva, de 39 anos. Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça pelo prazo de 30 dias, além de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a eles. Ambos já são considerados foragidos.

Os investigadores já descobriam que o PM Machado tinha a prática de alugar veículos na locadora da Zona Oeste do Rio.

Em algumas das ocasiões, Machado alugava o veículo em nome de um laranja e não do seu. A DH já descobriu que Vinícius Drumond, filho de Luizinho Drumond, também já reservou o veículo utilizando o nome do mesmo laranja.

A polícia suspeita que Machado trabalhasse para Vinícius Drumond. Vinícius nega.

A Polícia Civil busca ainda saber quem executou o advogado, quem é o mandante do crime e qual a motivação.

Cliente antigo

De acordo com apuração do G1, um sócio da locadora de veículos disse à polícia que o PM era um cliente antigo e que, no passado, tinha sido apresentado por Vinícius Drumond como um dos seguranças da contravenção.

No escritório da locadora, os policiais encontraram anotações de outros aluguéis feitos pelo PM para o patrão. Entre os nomes nos documentos estão “segurança Caxias”, “Vinicius Drumond (João Bosco)”; “Vinícius Zoológico” (em referência ao jogo do bicho), “Rafael (segurança Caxias)(Drumond)” e “Zoológico”.

Carro apreendido

No último sábado (2/3), um dos Gols brancos utilizados no homicídio foi apreendido em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.

Segundo a polícia, Eduardo foi o responsável por vigiar e monitorar a vítima com um dos veículos. Na manhã do dia 26, Eduardo seguiu Crespo desde o momento em que o advogado saiu de casa, na Lagoa, Zona Sul do Rio, até chegar ao trabalho, no Centro da cidade.

Nessa segunda (4/3), um terceiro suspeito do crime, que não teve o nome revelado, foi identificado pela Polícia Civil. Ele também teria participado do monitoramento ao advogado.

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