O que é a certificação ETOPS?

A sigla ETOPS significa, em inglês, Extended Twin Engine Operations e, na tradução livre para português, “Operações Prolongadas com Aviões de Dois Motores”. E o que é a certificação ETOPS no mundo da aviação?

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A explicação, na verdade, é bem literal. Ela é a autorização para um avião bimotor operar em rotas que, mesmo por alguns instantes, estejam a mais de 60 minutos distantes de um ponto de pouso alternativo para o caso de panes.

A limitação de tempo foi criada como norma de segurança por determinação da FAA, Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, no início da década de 1950, e depois passou a ser recomendada pela ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) a todos os países signatários da Convenção de Chicago, de 1944.


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Certificação ETOPS permite que aviões bimotores voem a mais de 60 minutos de distância de aeródromos alternativos (Imagem: Christopher Ong/Unsplash/CC)

Segurança motivou regra

Naquela época, boa parte das aeronaves ainda contavam com motores a pistão. Era preciso, portanto, um plano de contingência para o caso de um dos dois motores dos aviões sofrer pane durante o voo e ter de encontrar um aeródromo alternativo para pousar. E a regra passou a limitar essa distância entre os pontos a 60 minutos.

A partir do momento em que os aviões com motores a pistão foram sendo substituídos por aeronaves a jato, porém, a preocupação também diminuiu, e a certificação ETOPS, que estendia esse tempo de voo entre os pontos, passou a fazer sentido.

Aviação comercial contava com muitas aeronaves com motores a pistão (Imagem: Macb3t/PixabayCC)

Boeing 767 foi “divisor de águas”

Apesar da chegada dos potentes motores a jato, a autorização para a quebra da regra dos 60 minutos, ou seja, para a emissão da primeira certificação ETOPS, não foi imediata. Ela aconteceu apenas em meados da década de 1980, com o surgimento dos aviões classificados como wide-bodys.

O primeiro avião wide-body a conseguir a certificação ETOPS foi um Boeing 767, sucessor do Douglas DC-8 e do Boeing 707, que também já haviam tentado, sem sucesso, autorizações para estender o tempo previsto pela regra.

O Boeing 767 da companhia aérea TWA se tornou esse divisor de águas ao receber a certificação ETOPS para operar na rota entre St. Louis, no Missouri, Estados Unidos, e Frankfurt, na Alemanha Ocidental.

Boeing 767, um avião wide-body, foi primeiro a receber certificação ETOPS (Imagem: John McArthur/Unsplash/CC)

A partir dessa emissão, FAA e ICAO fizeram outras avaliações e emitiram a certificação ETOPS para voos de 90, 120 e 180 minutos. Na visão das autoridades, dessa forma seria possível voar sobre 95% do globo optando por rotas mais curtas, mais baratas para os passageiros e mais rentáveis para as empresas.

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