Apesar de já ter apresentado inúmeros benefícios para o cérebro, a cafeína também pode ter impactos negativos. Em um estudo da University of Turku, foi revelado que o consumo de café afeta a dopamina no cérebro de pacientes com Parkinson. Para chegar a essa informação, os pesquisadores finlandeses analisaram 163 pacientes.
- Ouro reverte dano em cérebros com Parkinson e esclerose
- Solidão pode aumentar risco de Parkinson
O grupo de estudo fez uma comparação entre exames de sangue e imagem desses 163 pacientes com 40 amostras de pessoas saudáveis, e também fez uma correlação entre as alterações do transportador de dopamina cerebral e o consumo de cafeína.
Os resultados revelaram que os pacientes com Parkinson que relataram alto consumo de cafeína tiveram uma redução de 15,4% na ligação do transportador de dopamina, em comparação com quem costuma ter um baixo consumo de cafeína.
–
Feedly: assine nosso feed RSS e não perca nenhum conteúdo do Canaltech em seu agregador de notícias favorito.
–
Os neurocientistas presumem que esse resultado venha de um mecanismo compensatório de regulação negativa no cérebro que também foi observado em indivíduos saudáveis após o uso de cafeína.
Café não melhora sintomas do Parkinson
A cafeína já foi considerada como uma espécie de aliada para os pacientes com a doença neurodegenerativa. Um grupo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) já apontou, por exemplo, que folhas de café podem ajudar no tratamento contra Parkinson.
Na ocasião, duas espécies (Coffea arabica e Coffea canephora) mostraram enzimas relacionadas com a produção de um composto chamado Levodopa (L-DOPA), que pode ser usado contra a doença.
Apesar disso, a cafeína não traz mudanças aos sintomas de Parkinson, conforme observa esse novo estudo:

“Embora a cafeína possa oferecer certos benefícios na redução do risco da doença de Parkinson, o nosso estudo sugere que a ingestão elevada de cafeína não traz benefícios nos sistemas de dopamina em pacientes já diagnosticados”, diz o autor da pesquisa, o professor Valtteri Kaasinen.
“A ingestão elevada de cafeína não resultou na redução dos sintomas da doença, como na melhora da função motora”, acrescenta o pesquisador.
Dopamina no cérebro
A dopamina é um dos neurotransmissores, associada à sensação de prazer, recompensa e motivação. Ela é liberada principalmente na área do cérebro chamada área tegmental ventral, em resposta a estímulos prazerosos como comida e exercício.
Quando a dopamina é liberada, ativa receptores específicos em diversas regiões do cérebro, influenciando funções como humor, atenção, aprendizagem, comportamento e controle motor.
Por outro lado, os desequilíbrios na dopamina estão associados a condições como esquizofrenia, depressão e — como podemos observar a partir desse estudo, o Parkinson.
Leia a matéria no Canaltech.
Trending no Canaltech:
- BYD traz 5.500 carros para o Brasil em navio gigante para driblar imposto
- PS5 Pro está pronto desde 2023, mas foi adiado por conta de GTA 6
- Anomalia magnética que atinge o Brasil está crescendo e se movendo
- YouTube Playables libera grátis mais de 75 jogos no site e no celular
- SpaceX marca lançamento do maior foguete do mundo para 5 de junho
- Após 5 anos, Supercell lança Squad Busters, sua nova super aposta mobile