Secretário de Tarcísio diz que câmeras corporais inibem atuação da PM

São Paulo – Em meio ao aumento de 94% de mortes cometidas por policiais militares no estado no primeiro bimestre de 2024, o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), negou que os agentes tenham cometido excessos e disse que as câmeras corporais inibem a atuação das polícias.

“A utilização das câmeras reduziu todos os números: prisões, apreensões de armas, abordagens… Reduziu uma série de coisas que nos leva a crer que inibiu a atividade policial”, disse Derrite nesta quarta-feira (6/3) à Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O aumento da letalidade policial foi divulgado esta semana pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo o órgão, a quantidade de mortes cometidas por PMs saltou de 69 para 134 em relação aos dois primeiros meses do ano passado.

Em sua fala, Derrite disse que o termo “letalidade policial” é “menção pejorativa” e pediu que as mortes sejam tratadas como estatísticas de “letalidade criminal”. Além disso, ele rechaçou estudos feitos anteriormente que indicavam queda na morte de policiais após a instalação de câmeras nas fardas dos agentes por terem sido realizados durante a pandemia de Covid-19.

“Não é que reduziram as mortes, mas reduziu também a circulação de pessoas nas ruas. Pergunto se não seria justo outro estudo científico que fosse feito fora do período pandêmico”, declarou.

Derrite também acrescentou que “quando se aumenta a produtividade do efetivo policial, os confrontos também aumentam” e disse que é mais barato investir em tornozeleiras eletrônicas para monitorar criminosos do que em câmeras corporais.

“Prefiro monitorar o criminoso, é mais barato. Inclusive, a tornozeleira custa quase um terço do preço da câmera corporal”, disse.

Secretário nega excessos na Operação Verão

O secretário do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) também negou que a PM tenha cometido excessos na Baixada Santista, onde ocorre a Operação Verão III, que contabilizou 39 pessoas mortas em um mês.


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A operação foi deflagrada após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), em fevereiro deste ano, e é a mais sangrenta dos últimos 30 anos no estado.

Relatório entregue por entidades de defesa dos direitos humanos ao MPSP acusa policiais de tortura e intimidação na Baixada. Questionado sobre os relatos, Derrite disse que não recebeu nenhuma denúncia oficial de abusos policiais.

“É óbvio que não reconheço nenhum excesso até que se chegue oficialmente às forças policiais”, declarou.

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