EUA, União Europeia e Reino Unido planejam lançar corredor marítimo em Gaza

 

A União Europeia (UE) está planejando abrir um corredor de ajuda marítima de emergência de Chipre para a Faixa de Gaza neste fim de semana, em um esforço conjunto com aliados, incluindo os EUA, anunciou a chefe do bloco, presidente Ursula von der Leyen, nessa sexta-feira (8).

“Estamos agora muito perto da abertura do corredor – espero que neste sábado (9), neste domingo (10 -, e estou muito feliz em ver que a operação piloto inicial será lançada”, disse ela a repórteres em Larnaca, no Chipre.

O anúncio veio depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, revelou planos para estabelecer um porto temporário na costa de Gaza.

A Alemanha, a Grécia, a Itália, os Países Baixos, a República de Chipre, os Emirados Árabes Unidos e o Reino Unido unirão esforços para lançar o corredor, de acordo com um comunicado da UE. A operação “complexa” será “estreitamente coordenada com o Governo de Israel”, acrescentou o comunicado.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat, saudou o plano, dizendo que “permitirá o aumento da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, depois que os controles de segurança forem realizados de acordo com os padrões israelenses”.

Haiat pediu a outros países que se juntem à iniciativa e disse: “Israel continuará a facilitar a transferência de ajuda humanitária para os residentes da Faixa de Gaza, de acordo com as regras de guerra e em coordenação com os Estados Unidos e nossos aliados em todo o mundo”.

O cerco de Israel a Gaza diminuiu drasticamente os suprimentos essenciais que entram na faixa, onde os palestinos enfrentam fome, pobreza e desidratação.

As autoridades israelenses insistem que “não há limite” na quantidade de ajuda humanitária que pode entrar em Gaza, mas grupos humanitários alertaram repetidamente que as restrições de Israel às travessias de terra na faixa restringiram os esforços de distribuição de ajuda.

Sigrid Kaag, coordenador sênior humanitário e de reconstrução das Nações Unidas para Gaza, disse a repórteres, na quinta-feira (7), que a solução ideal é por terra, “é mais fácil, mais rápido, mais barato.” Ela acrescentou: “Quando tudo passa por uma ou duas travessias, você não pode esperar um milagre”.

Já o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, anunciou que o Reino Unido também se juntará aos EUA na abertura de um corredor marítimo de emergência na costa mediterrânea da Faixa de Gaza para fornecer mais ajuda.

“As pessoas em Gaza enfrentam necessidades humanitárias desesperadas”, escreveu Cameron nas redes sociais, nessa sexta-feira (8).

“Continuamos apelando a Israel para que permita a entrada de mais caminhões em Gaza como a forma mais rápida de levar ajuda àqueles que dela necessitam”, destacou.

Nove mil mulheres teriam morrido em Gaza desde outubro do ano passado

Pelo menos 9 mil mulheres foram mortas em Gaza desde 7 de outubro, disse o Ministério da Saúde palestino em Gaza, em comunicado nessa sexta-feira (8).

Segundo o órgão, cerca de 60 mil mulheres grávidas na Faixa de Gaza sofrem de “desnutrição, desidratação e falta de cuidados de saúde adequados”; e cerca de 5.000 mulheres grávidas na Faixa de Gaza dão à luz todos os meses em “condições duras, inseguras e insalubres”.

A Agência de Assistência e Trabalho da ONU (UNRWA), que é a principal agência de ajuda em Gaza, também postou um comunicado no X (antigo Twitter), dizendo que uma média de 63 mulheres são mortas no enclave por dia. “No #InternationalWomensDay, as mulheres em #Gaza continuam enfrentando as consequências desta guerra brutal”, disse.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que mais trabalho é necessário para apoiar e proteger as mulheres. “Um cessar-fogo imediato é o mínimo”, escreveu ele.

Fonte: CNN Brasil

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