Segundo informações da agência de notícias francesa AFP, autoridades da Coreia do Sul notificaram as lojas Shein e Temu por estarem vendendo produtos que apresentaram níveis de substâncias potencialmente tóxicas acima do permitido — cerca de 144 produtos das varejistas foram reprovados na análise dos órgãos governamentais. Em comunicado, as companhias confirmaram já ter retirado os itens notificados.
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Certos produtos em diferentes indústrias, incluindo de vestimentas e calçados, costumam utilizar compostos necessários à fabricação que necessitam de um controle especial para não serem utilizados em quantias a ponto de se tornarem tóxicas. Órgãos regulatórios do mundo inteiro realizam verificações frequentes nesses itens para assegurar que o controle está sendo feito de forma correta.
Em uma verificação recente, autoridades coreanas constataram que alguns dos itens vendidos por Shein e Temu ultrapassavam as margens dos compostos definidas por lei. De acordo com a AFP, dos artigos inspecionados, um total de 144 entre as companhias foi reprovado, com certos exemplos superando o limite em números preocupantes.
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A agência cita que em sapatos vendidos na Shein, foram encontrados níveis de ftalatos — soluções químicas usadas na produção de plásticos para torná-los mais maleáveis — 229 vezes mais altos que o permitido. O contato constante com esses compostos é associado à infertilidade e até ao desenvolvimento de câncer.
Ainda entre os anúncios da Shein, também foi detectada a presença de formaldeído (o formol) em bonés em níveis duas vezes acima do considerado seguro, bem como de dioxano e metanol em esmaltes em concentrações 3,6 e 1,4 vezes, respectivamente, acima do ideal. Todos esses compostos, em quantias que extrapolam o estipulado por lei, podem causar câncer e envenenamento do fígado.

Por sua vez, o caso mais sensível detectado entre as listagens da Temu foi a de sandálias com palmilhas que continham quantidade de chumbo 11 vezes acima do permitido. Diante dos resultados, os órgãos do país asiático solicitaram a remoção dos produtos, pedido atendido por ambas as varejistas, conforme revelaram comunicados enviados pelas companhias à AFP.
“Trabalhamos de perto com agências externas internacionais […] para realizar regularmente testes de amostragem de risco para garantir que os produtos providenciados por fornecedores atendam aos padrões de segurança de produto da Shein”, afirmou a marca. “Nossos fornecedores são exigidos a atender os controles e padrões que definimos, bem como às leis e regulações de segurança de produto dos países em que operamos”.
Já a Temu declarou que “ao recebermos a notificação do governo da cidade de Seul [capital da Coreia do Sul], nós [a Temu] imediatamente lançamos uma investigação interna”.

A marca disse ainda que “nós prontamente removemos as listagens dos produtos [reprovados nos testes] do nosso marketplace global e estamos melhorando nossos sistemas e diretrizes aos vendedores para garantir que eles atendam aos padrões de segurança e regulações locais”.
Shein e Temu têm crescido de forma exponencial em todo o mundo, chamando atenção pelos preços agressivos e a enorme variedade de itens, além da expansão para múltiplos países, incluindo o Brasil. Com o crescimento, é natural haver inspeções mais estritas de órgãos reguladores, com autoridade de regiões como a União Europeia já tendo sinalizado a adição dessas varejistas a listas de regras mais exigentes.
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