Astronautas presos na ISS vão votar para presidente direto do espaço

As eleições presidenciais nos Estados Unidos se aproximam, e nem mesmo a estadia prolongada em órbita vai impedir Butch Wilmore e Suni Williams de votar. A dupla de astronautas da NASA vai poder participar do processo eleitoral mesmo estando a mais de 400 km de altitude do local de votação graças a uma lei especial do estado norte-americano do Texas.

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A lei foi aprovada em 1997, permitindo que os astronautas dos Estados Unidos enviem cédulas de votação do espaço. Com a mudança na legislação, o código eleitoral texano foi expandido para incluir “uma pessoa que preencha os requisitos para votar, mas que esteja em um voo espacial durante o período inicial de votação e no dia da eleição”. Assim como muitos dos astronautas dos Estados Unidos, Wilmore e Williams moram perto do Centro Espacial Johnson, da NASA, no condado de Harris, no Texas.

Eles chegaram à Estação Espacial Internacional (ISS) em junho com a espaçonave Starliner, e deveriam ter passado apenas uma semana por lá. No entanto, a NASA concluiu que era perigoso demais trazê-los de volta à Terra com o veículo da Boeing, que apresentou uma série de problemas, e decidiu mantê-los em órbita até 2025.


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Imprevistos são esperados nos voos espaciais, e claro que a NASA tinha um plano para este cenário; afinal, eles não são os primeiros a passar o período eleitoral em órbita. “Quando fui para o lançamento da minha missão em outubro, eu percebi que não tinha feito uma cédula de ausência e nem organizado nada”, recordou Leroy Chiao, astronauta da NASA já aposentado.

Suni e Butch vão permanecer na ISS até 2025 (Imagem: Reprodução/NASA)

Então, ele perguntou à agência espacial se haveria alguma forma de votar a bordo da ISS. “E eles disseram ‘ah, sim, temos um processo. Sem problemas.’”, relatou ele. É o que vai acontecer com os tripulantes da Starliner: eles vão preencher suas cédulas eletrônicas de ausência. Depois, os formulários vão ser criptografados e carregados no sistema de computador de bordo da ISS.

Dali, as cédulas vão ser transmitidas para um satélite de rastreamento e retransmissão de dados até chegarem à antena das Instalações de Teste da NASA em White Sands, no Novo México. Em seguida, a agência espacial vai enviar a cédula para o Controle de Missão em Houston, e finalmente, para o responsável pelo processamento das cédulas. 

As autoridades eleitorais no condado de Harris, no Texas, confirmaram à CNN que estão trabalhando com a agência espacial para enviar as cédulas no sábado (21). “Antes de enviar a cédula aos astronautas, uma cédula de teste com uma senha exclusiva é enviada primeiro”, explicou Rosio Torres-Segura, porta-voz do condado de Harris. “As credenciais específicas dos tripulantes permitem que os astronautas tenham acesso a uma cédula segura”, acrescentou.

Depois de um teste feito com sucesso, a cédula segura é enviada como um documento para os astronautas preencherem com seus candidatos escolhidos, salvar e enviá-las de volta. “Após os astronautas votarem em sua cédula ativa, ela é devolvida, impressa e processada com outras cédulas”, finalizou ele. 

Neste caso, as cédulas de Wilmore e Williams vão chegar à Terra cinco meses antes deles. Com a mudança do cronograma da Starliner, a dupla vai viajar de volta para casa com uma cápsula Crew Dragon, da SpaceX, ao fim da missão Crew-9 em fevereiro de 2025.

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