Manequins voaram ao redor da Lua e humanos serão os próximos

A NASA está se preparando para levar novos astronautas à órbita da Lua com a missão Artemis II. Eles vão viajar com a espaçonave Orion, que até então levou somente manequins ao espaço. Agora, um estudo publicado na quarta (18) mostra como o veículo vai se sair para proteger os astronautas contra a radiação que vão enfrentar na missão.

  • Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
  • NASA recria “aranhas” de Marte em laboratório

A Orion foi lançada na Artemis I, uma jornada de 25 dias à órbita lunar. A bordo, estavam os manequins Helga e Zohar, “passageiros” que embarcaram p ara ajudar os cientistas a entenderem a radiação que os astronautas vão encarar em suas missões no programa Artemis. 

Desde então, os cientistas vêm analisando os dados dos detectores e publicaram o que descobriram: a tecnologia de proteção da espaçonave foi efetiva para mitigar a radiação da viagem. Além disso, a Orion capturou dados contínuos de radiação durante a jornada à Lua, mostrando que a exposição à radiação varia de acordo com a localização dos detectores.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Conforme a espaçonave atravessou os chamados Cinturões de Van Allen (anéis de radiação ao redor da Terra comparáveis a eventos do clima espacial), os dados mostraram que as áreas mais protegidas da cápsula (como seu “escudo” de tempestades de partículas) ofereceram quatro vezes mais proteção do que as áreas com proteção menor. 

Helga e Zohar, os “passageiros” da Artemis I (Imagem: Reprodução/NASA/StemRad)

Segundo os autores, a exposição à radiação nestas regiões se manteve em um nível seguro o suficiente. “O abrigo contra tempestades [solares] é uma área muito apertada usada para armazenar suprimentos da tripulação”, disse Stuart George, autor principal do novo estudo. “Descobrimos que o abrigo contra tempestades era a área mais protegida do veículo, o que é bom, porque ele foi projetado dessa forma!”.

George acrescentou que o resultado os ajudou a validar o projeto do abrigo, que foi criado para proteger os astronautas contra as partículas solares do clima espacial. Ainda, eles notaram também que, conforme a Orion passou pelos Cinturões, ela realizou uma manobra para acionar seus motores, garantindo que estava na direção certa.

O mais interessante é que, durante a manobra, os níveis de radiação na espaçonave diminuíram em 50%. O motivo disso é que o procedimento fez com que mais da proteção da Orion contra a radiação ficasse mais mergulhada nas partículas eletricamente carregadas. 

Perigos para astronautas no espaço

As tempestades solares são fenômenos imprevisíveis e podem durar dias. E se uma delas acontecer enquanto os astronautas estiverem em alguma missão de longa duração do programa Artemis? Pensando nisso, os cientistas da NASA decidiram trocar o escudo de tempestades solares para a Artemis II.

A mudança foi conduzida porque o componente usado na Artemis I era menor, e talvez não fosse o suficiente para os tripulantes conduzirem operações normais se precisassem passar longos períodos lá durante uma tempestade solar. 

Astronautas da Artemis II (Imagem: Reprodução/NASA)

“Na Artemis II, a tripulação vai [deixar] os suprimentos na parede menos protegida da Orion”, acrescentou George. Isso significa que, se houver algum evento de partículas solares energéticas, eles vão poder usar um espaço maior da cabine sem perder proteção contra a radiação. 

A missão Artemis II vai contar com os astronautas da NASA Reid Wiseman, Victor Glover e Christina Koch, junto de Jeremy Hansen, da agência espacial canadense. Durante a viagem, eles vão ficar a 7.400 km do lado afastado da Lua, capturando imagens das formações em sua superfície. 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.