Mãe de mulher morta atropelada 3 vezes pelo ex no DF recebe alta

A mãe de Juliana Barboza Soares, mulher que foi morta atropelada três vezes pelo ex, recebeu alta hospitalar na noite dessa quinta-feira (19/9). Maria do Socorro Barboza Soares, 60 anos, estava internada desde que ela, a filha e a neta de 5 anos foram atingidas pelo carro de Wallison Felipe de Oliveira, 29 anos, no dia 20 de agosto, no Gama.

Maria do Socorro estava internada no Hospital Regional do Gama (HRG). Ela sofreu múltiplas fraturas pelo corpo e teve um coágulo na cabeça. A mulher precisou passar por várias cirurgias por conta das lesões.

“Ela vai ter que usar cadeira de rodas por um bom tempo. As condições dela não são boas. Minha velha não merecia passar por isso. Tenho pedido muito a Deus para ela conseguir se recuperar por completo. Aquele infeliz matou minha filha, machucou minha neta e quebrou minha esposa toda”, lamenta José Givaldo Soares, 62 anos, esposo de Maria do Socorro.

O pai de Juliana contou que a esposa ainda está bastante abalada com o trágico acidente. “O estado de saúde dela é um pouco complicado. Se machucou muito e está muito sentida com tudo. Ela conseguiu lembrar do acontecido. Afirmou que estava no carro de Wallison antes da tragédia”, disse.

Maria do Socorro esteve no carro do assassino momentos antes do crime. Testemunhas contaram que Wallison deu carona para a ex-sogra, mas a deixou em um comércio próximo, antes de atropelar Juliana. Ele deu a volta e atingiu a ex em cheio. A vítima estava com a filha, de 5 anos.

A senhora teria corrido para ajudar a filha e a neta e acabou sendo atropelada também, quando Wallison passou por cima de Juliana pela segunda vez. A idosa conseguiu se afastar, mas viu a filha ser atingida pelo carro uma terceira vez.

O crime ocorreu na Quadra 3 do Setor Sul do Gama em 20 de agosto. Depois de cometer o feminicídio e as duas tentativas de homicídio, o assassino fugiu a pé. No dia seguinte, ele foi preso pela Polícia Militar (PMDF) e por agentes da 14ª Delegacia de Polícia (Gama).

Juliana não sobreviveu e morreu no local. Maria do Socorro e a filha de Juliana foram levadas ao hospital, onde permaneceram internadas.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Wallison vê as vítimas caminharem pela rua. Pouco depois, ele sobe com o carro no meio-fio e as atropela.

Depois de atingir o trio, o motorista volta e passa por cima de Juliana mais uma vez. Minutos depois, enquanto testemunhas prestam socorro às vítimas, Wallison volta com o Toyota Corolla e acerta a ex pela terceira e última vez antes de fugir.

Assista:

 

Conversa em bar

Momentos antes de atropelar três vezes e matar Juliana, Wallison chegou a falar pessoalmente com a vítima. O criminoso estava em um bar quando percebeu que a ex-companheira estava em uma festa no estabelecimento ao lado. Ao vê-la, ele passou a fazer contato com ela.

Imagens de câmeras de segurança mostram os momentos em que Wallison, de calça jeans e blusa preta, tenta se aproximar de Juliana, que está com vestido preto e um tênis.

Primeiro, é possível ver que ele chega, abraça a vítima e tenta conversar com ela. Juliana a cumprimenta, mas logo sai de perto. Wallison senta e passa a encarar a ex — segundo a própria Juliana chegou a relatar em um áudio enviado para a filha mais velha, momentos antes de ser morta.

As imagens mostram Juliana passando pelo local em que Wallison estava sentado. Ele levanta e vai atrás dela. Momentos depois, a vítima passa pelo homem de novo, e ele chega a puxá-la pelo braço.

Veja:

 

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia contra Wallison. Com a decisão, o homem, que atropelou e matou a ex-companheira Juliana Barboza Soares, 34, se torna réu e responderá por homicídio qualificado e feminicídio.

A juíza Maura de Nazareth entendeu que a acusação apresentada pelo MPDFT tem “exposição satisfatória dos fatos típicos atribuídos ao denunciado, com a indicação objetiva dos acontecimentos e das circunstâncias que os cercam”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.