Rio de Janeiro é a terceira capital com maior desigualdade racial, segundo índice

Rio de Janeiro — A desigualdade racial aumentou em 9 das 27 capitais brasileiras, de acordo com o mais recente Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer), que avalia a diferença de oportunidades entre brancos e negros (pretos e pardos). O Rio de Janeiro aparece como a terceira pior capital no ranking, com um índice de -0,36, atrás de São Paulo e Salvador.

Resumo da Notícia:

  • O Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer) revela que a desigualdade entre brancos e negros aumentou em 33% das capitais.
  • Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as cidades com maiores retrocessos.
  • Macapá apresentou o maior progresso, enquanto Salvador teve o pior retrocesso.
  • A desigualdade racial é medida com base em indicadores de educação, renda e longevidade.

Aumento da desigualdade racial em capitais brasileiras

O Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer), que avalia o equilíbrio racial em termos de educação, renda e longevidade, apontou que 9 das 27 capitais brasileiras apresentaram piora na desigualdade racial entre 2012 e 2022. O Rio de Janeiro, que em 2012 ocupava o segundo lugar entre as cidades mais desiguais, agora é a terceira pior, com um índice de -0,36.


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Por outro lado, 17 capitais mostraram avanços, sendo Macapá o caso de maior progresso, passando de -0,14 para -0,02. Já Salvador teve o maior retrocesso, com seu índice caindo de -0,31 para -0,41, tornando-se a cidade mais desigual do Brasil.

O Ifer é composto por três dimensões principais: educação, que considera a conclusão do ensino superior; renda, que abrange os rendimentos totais; e longevidade, baseada na expectativa de vida. No contexto nacional, o índice passou de -0,35 em 2012 para -0,31 em 2022, o que representa um pequeno avanço na equidade racial.

Desafios persistem nas regiões mais ricas

Enquanto cidades como Palmas, Macapá e Boa Vista apresentaram avanços significativos, as regiões mais desenvolvidas, como Sudeste e Sul, enfrentam maiores desafios. Em São Paulo, apesar de uma leve melhora de -0,48 para -0,39, a cidade ainda ocupa a segunda pior posição no ranking de desigualdade racial.

Os pesquisadores do Núcleo de Estudos Raciais do Insper apontam que o aumento da desigualdade em grandes centros urbanos pode ser resultado da falta de políticas públicas específicas para a população negra. Michael França, um dos autores do estudo, afirma que, para um progresso real, é necessário um esforço coordenado entre educação, saúde, segurança e mercado de trabalho.

Impacto da pandemia e acesso a serviços de saúde

Outro ponto destacado pelo estudo foi a piora dos indicadores de longevidade para a população negra, que caíram de -0,12 em 2012 para -0,15 em 2022. A pandemia de Covid-19 exacerbou as desigualdades preexistentes, afetando principalmente a população negra, que tem menor acesso a serviços de saúde e condições de trabalho mais precárias.

Segundo Hilton Silva, pesquisador da UFPA e da UnB, o SUS (Sistema Único de Saúde) é fundamental para a redução dessas desigualdades, mas a implementação de políticas ainda enfrenta dificuldades. “O racismo, muitas vezes, não é visto como um determinante social de saúde, o que impede a criação de soluções eficazes”, explica.

Perguntas frequentes sobre a desigualdade racial nas capitais brasileiras

Quais são as capitais com maior desigualdade racial no Brasil?
As cidades de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais com os piores índices de desigualdade racial, segundo o Ifer.

Quais cidades apresentaram maior avanço na equidade racial?
Macapá, Palmas e Boa Vista foram as cidades que mais avançaram no equilíbrio racial, com melhorias significativas nos indicadores de educação e renda.

Como o índice de desigualdade racial é calculado?
O Ifer mede a diferença entre brancos e negros em três áreas: educação, renda e longevidade. Quanto mais próximo de -1, maior a desigualdade; o equilíbrio é representado pelo ponto zero.


Com informações da Folha de S. Paulo.


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