Kanye West faturou R$ 5 milhões em 1 semana de ‘Vultures 1’, aponta estimativa

Em setembro de 2020, Kanye West disparou uma série de “DIRETRIZES PARA NOVO CONTRATO DE GRAVAÇÃO E PUBLICAÇÃO” no antigo Twitter (agora X). Ele pediu divisões de renda favoráveis aos artistas – 80% para o músico – e contratos fáceis de entender.

“O artista é proprietário dos direitos autorais das gravações e das músicas”, propôs West, “e as aluga para a gravadora/editora por um período limitado”.

Seu novo álbum, “Vultures 1“, uma colaboração com o cantor Ty Dolla $ign, chega com ainda menos amarras. Ele não tem um parceiro de gravadora, apenas uma empresa de distribuição (Label Engine) para ajudar a garantir a presença da música nos serviços de streaming. Esse arranjo fora do sistema das grandes gravadoras significa que West e Ty Dolla $ign provavelmente estão levando para casa ainda mais do que os 80% mencionados pelo rapper em seu tweet de 2020.

Embora a Label Engine anuncie que os clientes recebem 82,5% da receita, astros como West quase certamente têm a influência para aumentar significativamente esse número.

A Billboard estima que “Vultures 1”, que estreou em 1º lugar na Billboard 200, tenha ganhado um pouco mais de US$ 1 milhão (mais de R$ 4,9 milhões, na cotação atual) em sua primeira semana nos Estados Unidos, principalmente a partir de streaming (cerca de US$ 892.000 de aproximadamente 169 milhões de streams sob demanda) além de um pouco mais de vendas (aproximadamente US$ 145.000).

Se West e Ty Dolla $ign estiverem abrindo mão de 5% para distribuição – o que pode ser alto -, eles levam para casa cerca de US$ 986.000 (mais quando consideramos streams globais e publicação).

Contrasta isso com a situação que West enfrentou no início de sua carreira no sistema das grandes gravadoras: imagens de contratos antigos que ele postou no Twitter em 2020 indicam que quando ele fez “The College Dropout“, ele ganhava 14% de royalties sobre os álbuns vendidos nos EUA. Como é típico em um acordo de royalties, o antigo contrato de West observa que “nenhum royalties será devido e pagável… até que todos os adiantamentos tenham sido recuperados”.

Essa recuperação sai da parte do artista, o que significa que a taxa modesta de 14% tem que fazer todo o trabalho pesado para recuperar os adiantamentos.

Para gerar cerca de US$ 1 milhão em royalties para seus criadores, como “Vultures 1” fez para West e Ty Dolla $ign em apenas uma semana, o álbum preso em um acordo de royalties de 14% então teria que ganhar mais US$ 7 milhões em receita total de vendas. Traduzido para streams sob demanda, isso significaria cerca de mais 1,3 bilhão de reproduções.

Rompendo barreiras

Desde que West não está mais afiliado a uma grande gravadora, o sucesso comercial de “Vultures” 1 tem sido elogiado nas redes sociais como um momento de avanço para o setor independente. Mas, enquanto chamar o rapper de independente é tecnicamente preciso – ele não está trabalhando com uma grande gravadora – também é enganoso. Imagine se LeBron James se aposentasse e as pessoas começassem a descrevê-lo como um jogador de basquete amador porque ele não está mais em um time da NBA.

O termo independente é bastante usado nos dias de hoje. Recentemente, o empresário Larry Jackson chamou Usher de “o primeiro artista independente a tocar no Super Bowl”. (Usher, aliás, tem o segundo álbum mais vendido do país com “Coming Home“).

Tanto West quanto Usher construíram suas carreiras de superastros dentro do sistema das grandes gravadoras, no entanto. Eles receberam orçamentos luxuosos para fazer seus álbuns. E se beneficiaram do peso total do poder promocional das gravadoras em um momento em que essas empresas tinham muita influência sobre o que o público ouvia.

No caso de West, imagens de acordos de gravação que ele postou no Twitter em 2020 mostraram que a Universal Music Group desembolsou um adiantamento de US$ 8 milhões para o “Yeezus“, junto com mais US$ 4 milhões para gravação e autorizações de samples.

As fotos dos contratos também indicavam que a Universal estava preparada para pagar um adiantamento de US$ 3 milhões e mais US$ 3 milhões para gravação e autorizações para “The Life of Pablo“. A UMG também investiu dinheiro em marketing e promoção de rádio ao longo dos anos. É difícil imaginar que West – que desde então se tornou, talvez, tão conhecido por seus comentários anti-semitas perturbadores, que o fizeram perder vários negócios, quanto por sua música – alcançasse o nível de ubiquidade cultural que alcançou sem esse investimento das grandes gravadoras.

E mesmo que o rapper esteja desfrutando de uma parcela maior dos lucros de sua música nos dias de hoje, o dinheiro real pode estar vindo para ele de fora da indústria da música: West recentemente afirmou que ganhou mais de US$ 19 milhões com vendas de roupas em um único dia.

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