3 previsões de Tim Berners-Lee, o “Pai da Web”, para o futuro

A World Wide Web foi criada pelo físico Tim Berners-Lee há 35 anos, em março de 1989, e revolucionou a forma em que as pessoas acessam a internet, rendendo ao criador o apelido de “Pai da Web”. Agora, de olho no futuro, ele traçou algumas previsões sobre o que pode acontecer com o mundo da internet e da tecnologia num geral.

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Em entrevista à emissora estadunidense CNBC, Berners-Lee abordou questões de privacidade, o mercado de Big Techs em meio a questões regulatórias e o impacto que a IA pode causar no segmento.

As previsões de Tim Berners-Lee sobre o futuro da tecnologia

Confira os palpites do inventor da WWW:


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1. Todas as pessoas terão um assistente de IA

A primeira previsão já envolve algo cada vez mais próximo no mundo da tecnologia: com os avanços de IA generativa e a presença de recursos do tipo no celular, cada pessoa poderia ter um assistente próprio, que trabalhasse para ela. 

“Uma das coisas que prevejo — mas talvez seja algo que devemos lutar por isso — é que você terá um assistente de IA confiável e que trabalha para você, como um médico”, diz Berners-Lee, que também reforça a preocupação de que a IA poderia ser mais próxima do que os humanos nos próximos 35 anos. 

Vale lembrar que o cenário passa por uma rápida evolução desde o lançamento do ChatGPT, no final de 2022. O ano de 2023 foi marcado pelo lançamento de diversos chatbots do setor, como o Google Gemini e o Microsoft Copilot, além de ferramentas para a geração de imagens e vídeos. Os primeiros meses de 2024, por sua vez, já trouxeram assistentes mais poderosos nos celulares, como é o caso do Galaxy AI da Samsung.

Assistentes de IA poderiam trabalhar para os humanos no dia a dia (Imagem: Reprodução/Freepik)

2. Pessoas terão maior controle sobre os próprios dados

A segunda previsão também conta com um pouco de “jabá” de um dos projetos atuais desenvolvidos por Berners-Lee: ele é cofundador da Inrupt, uma empresa que desenvolve soluções para deixar as pessoas com maior controle dos próprios dados e compartilhar somente o que é necessário para cada app.

Para isso tudo dar certo, a ideia é armazenar as informações em conjuntos chamados “pods”. Esse tipo de tecnologia, no futuro, poderia tirar o controle dos dados pelas Big Techs e repassá-los para cada indivíduo. “Você poderá pensar no seu pod de dados como seu espaço digital, como algo em que você está muito confortável”, comenta Berners-Lee. 

A ideia é de que as informações poderiam ser transferidas suavemente entre dispositivos, de forma que cada pessoa consiga continuar a experiência num headset de VR, celular, computador ou qualquer outro aparelho.

Além da proposta dos pods, vale lembrar que a ideia de tirar o controle dos dados das Big Techs também é uma das motivações da internet descentralizada, que visa criar redes sociais e outros sites que não dependem de apenas um servidor. Dessa forma, o usuário poderia transferir informações entre plataformas sem perder a conta usada, por exemplo — o projeto ainda está nos primeiros passos, mas Mastodon, Bluesky e Threads são alguns exemplos que seguem as ideias.

3. Big Techs poderão quebrar

Berners-Lee conclui a rodada de previsões afirmando que alguma Big Tech pode quebrar no futuro, mas sem citar nomes. O processo seria uma consequência de punições estipuladas por órgãos reguladores, como é o caso da Lei de Mercados Digitais, na União Europeia, que determina uma série de regras para limitar o poder de grandes empresas e promover a concorrência.

“As coisas estão mudando rapidamente. A IA está mudando tudo muito rápido. Existem monopólios na IA, monopólios mudaram rapidamente no tempo da web”, aponta Berners-Lee. “Talvez, num ponto no futuro, agências terão que agir para quebrar algumas empresas, mas não sabemos qual será”, conclui.

O pai da web, por sua vez, prefere que a atuação de órgãos reguladores seja minimizada, porque o espírito da internet envolve que as empresas de tecnologia “façam a coisa certa por conta própria”.

Tim Berners-Lee e a WWW

Tim Berners-Lee não criou a internet, mas desenvolveu a forma mais comum de usá-la e facilitou o acesso a todos os conteúdos. Em 1989, enquanto trabalhava na organização europeia CERN, ele desenvolveu um sistema que usava o conceito de hipertexto (a opção de inserir um link dentro de outro link) e conectava com os protocolos de NCP e DNS, possibilitando a criação de sites.

Worldwide Web foi criada há 35 anos (Imagem: Rodrigo Folter/Canaltech)

Nascia, então, a Rede Mundial de Computadores. O primeiro site da história, chamado The Project, estreou em 1991 com uma demonstração de todos esses novos recursos. Dois anos depois, em 1993, o código-fonte da WWW foi liberado e pavimentou o caminho para a popularização da web.

Leia a matéria no Canaltech.

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