Fiocruz: letalidade da dengue é maior em crianças com menos de 5 anos

Na atual epidemia de dengue no Brasil, a doença tem atingido com maior gravidade crianças até 5 anos. A análise foi feita pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fiocruz/Unifase.

O estudo também mostra que adolescentes entre 10 e 14 anos apresentam o maior número de casos registrados neste ano, mas a letalidade da doença é maior para as menores de 5, seguidas das que estão na faixa etária entre 5  e 9 anos. 

Os pesquisadores analisaram 239.402 casos de dengue em crianças de até 14 anos, o número corresponde ao registros feitos pelo Ministério da Saúde para o grupo etário nas dez primeiras semanas epidemiológicas de 2024. No período, 41,8% dos casos ocorreu na faixa etária de 10 a 14 anos, 24,5% entre os menores de 5 anos e 33,7% entre crianças de 5 a 9 anos.  

Segundo o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, o Ministério da Saúde deve levar em consideração o levantamento e ampliar a faixa etária de vacinação. “Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, de 5 a 9 anos, que estão morrendo mais, proporcionalmente”, acrescentou. 

Mortalidade da dengue

Das 52 mortes por dengue registradas entre crianças neste ano, 44,2% foram entre crianças com menos de 5 anos, enquanto 32,7% ocorreram na faixa etária de 5 a 9 anos e 23,1%, de 10 a 14 anos. 

A análise alerta para um aumento de 21,2% no número de óbitos na décima semana em relação à anterior, o que sugere a necessidade de reforço nas medidas de prevenção à doença. 

É importante que a população use telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão; remova os recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos; vede os reservatórios e as caixas de água; desobstrua calhas, lajes e ralos; entre outras ações de prevenção. 

Sintomas de dengue:

  • dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • coceira;
  • aumento do tamanho do fígado e
  • sangramento de mucosa.

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