Como a redução da Selic afeta o seu bolso

A Selic (sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) serve como referência para as demais taxas do mercado brasileiro. Assim, quando ela sobe, os juros cobrados em financiamentos, empréstimos e no cartão de crédito também ficam mais altos. 

Tal cenário com a Selic elevada desencoraja o consumo e desaquece a produção. Como consequência, num ambiente econômico restrito, a inflação é contida. O movimento contrário, o de queda da Selic, tende a criar um quadro oposto e, portanto, mais propício ao consumo.

Os juros altos, além de encarecer empréstimos, também estabelecem uma lógica específica para as decisões sobre investimentos. Eles, por exemplo, aumentam o interesse por aplicações de renda fixa, em detrimento da renda variável, cujos ativos são mais arriscados, como é o caso de ações em Bolsa. 

A Selic elevada também reduz – ou inviabiliza – o interesse das empresas por empréstimos, algo que afeta negativamente a decisão de investimentos. Esse problema tem como efeito direto uma menor oferta de empregos e a eventual queda da renda das famílias. É por tudo isso que a taxa básica de juros é o principal instrumento de política monetária do Banco Central (BC).

Risco dos juros baixos

Em suma, os juros altos arrefecem o crescimento da economia. Mas, baixos, eles também podem provocar consequências que nem sempre são positivas. Com as taxas no chão, o consumo pode sofrer um estímulo além da capacidade de produção das empresas, o que provoca inflação.

E os quadros de desequilíbrio econômico – tanto com juros altos como com inflação elevada – prejudicam os mais pobres de forma mais intensa. Isso porque eles não têm como se defender da inflação e nem sequer do contexto desfavorável de uma economia em contração, com baques sobre o emprego e a renda.

Efeito lento

Os efeitos da queda, ou mesmo, da elevação da Selic não são imediatos. Um levantamento mensal do Procon-SP feito com os principais bancos comerciais do país, constatou que a taxa média de juros para empréstimo pessoal foi de 7,87% em março. O número representou uma queda de apenas 0,07 ponto percentual em relação ao mês anterior, que era de 7,94%. Para o órgão de defesa do consumidor, esses dados caracterizam uma estabilidade da taxa. 

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