Cemitérios terão serviço de geolocalização para identificar jazigos

São Paulo — Quem vai aos cemitérios do Araçá e de Santo Amaro, dois dos mais antigos da cidade de São Paulo, costuma encontrar dificuldades para se localizar. Problemas na manutenção dos jazigos ao longo dos anos, somado ao tamanho do espaço de mais de 200 mil m², fazem com que muitas famílias deixem de reconhecer onde estão enterrados os entes, deixando de frequentar o local.

No Araçá, onde estão enterradas figuras como o jornalista Assis Chateaubriand e agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo que morreram em serviço, o problema já levou, inclusive, à perda de ossadas.

A concessionária Cortel, que administra os dois cemitérios, busca solucionar parte dos problemas com uma plataforma de geolocalização.

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serviço de geolocalização disponibiliza informações sobre 23 mil jazigos do Araçá

Cadernos do cemitério do Araçá com registros de óbito
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Concessionária digitalizou 350 mil documentos para serviço de geolocalização

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serviço de geolocalização disponibiliza informações sobre 23 mil jazigos do Araçá

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Cadernos do cemitério do Araçá com registros de óbito

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Disponível online, o serviço permite que o público consulte a localização e o estado de preservação de cada jazigo, com fotos ilustrativas. Dessa forma, famílias podem facilmente recadastrar os jazigos e acompanhar as condições físicas do local.

A criação do serviço é fruto de uma exigência feita pela Prefeitura no edital de concessão dos cemitérios, que contém uma cláusula de digitalização dos jazigos visando combater o problema de identificação, que se repete em quase toda São Paulo.

Quando a Cortel foi realizar o serviço, descobriu que as informações sobre os túmulos estavam registradas à mão, em cadernos que datavam da primeira década do século 20. Muitos dados haviam se perdido ou eram conflitantes com o que a concessionária encontrou presencialmente nos cemitérios.

Assim, a concessionária começou um mapeamento dos jazigos, levantando informações in loco para compará-los com os registros. A ação levou a um refinamento de dados sobre os jazigos, que já reúne 350 mil documentos provenientes das duas unidades.

Além dos cemitérios do Araçá e de Santo Amaro, que já estão com os jazigos identificados com serviços de geolocalização online, a Cortel pretende disponibilizar, até o dia das Mães, o mesmo serviço para os outros dois cemitérios que ela administra, o Cachoeirinha e o Dom Bosco.

A ideia também deverá ser expandida para cemitérios administradas por outras concessionárias. A Consolare, responsável pelo cemitério da Consolação, também está desenvolvendo um sistema de geolocalização para todas as unidades sob sua gestão, ainda sem previsão de implementação.

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