MP chama executores de Marielle de sociopatas: “Não têm emoção”

O segundo dia do julgamento dos assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes segue nesta quinta-feira (31/10). Encerrada a fase dos depoimentos, o dia é de argumentações de acusação e defesa, bem como a votação por parte do júri que vai definir se os dois réus são culpados ou inocentes. Às 9h30, o Ministério Público recebeu a palavra por 2h30.

O promotor Fábio Vieira classificou os executores confessos de Marielle, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, de “sociopatas”. “Confessaram porque estão arrependidos? Não. Confessaram, porque vão ganhar um benefício de alguma forma. Então, isso é uma característica do sociopata, eles não têm emoção em relação ao outro, eles não têm sentimento, não têm empatia”, destacou.

“Eles sabem o que é certo e o que é errado, mas eles não ligam para isso. Eles só ligam para as consequências, para o medo de serem punidos caso sejam pegos, como aconteceu. Para eles, não importa a vida. ‘Eu fui contrato para matar a Marielle, mas não me importa, porque eu vou receber dinheiro’”, afirmou Fábio.

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Marinete Silva, mãe de Marielle, no julgamento dos assassinos

Em julgamento, ex-assessora de Marielle diz que "queria acreditar que ela estava viva"
Família de Marielle fala em frente ao Tribunal
brazão Marielle Franco: vereadora foi assassinada em 2018
Réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos de Marielle Franco
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Viúva de Marielle Franco, Mônica Benício depõe em Tribunal do Júri, no RJ

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Marinete Silva, mãe de Marielle, no julgamento dos assassinos

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Em julgamento, ex-assessora de Marielle diz que “queria acreditar que ela estava viva”

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Família de Marielle fala em frente ao Tribunal

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brazão Marielle Franco: vereadora foi assassinada em 2018

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Réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos de Marielle Franco

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Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco no Tribunal do Júri, no RJ

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A primeira a falar nesta quinta-feira foi a promotora Audrey Castro. “Esse fatos (do caso Marielle) não repercurtem só no município do Rio de Janeiro, mas tem repercussão mundial. Tem uma coisa nesse processo, que o trouxe ao IV Tribunal de Justiça, e que o faz comum a muitos processos. Nele, foram praticados crimes dolosos contra vida”, ressaltou.

“Eu vi que muitos dos meus colegas desistiram de entrar na vara por conta do processo da Marielle. Eu vim, e digo para os senhores, é inegável a repercussão desses fatos. Esse fatos não repercurtem só no município do Rio de Janeiro, mas tem repercussão mundial.  Tem uma coisas nesse processo, que o trouxe ao IV Tribunal de Justiça, e que o faz comum a muitos processos, nele foram praticados crimes dolosos contra vida”, disse a promotora.

O promotor de Justiça Eduardo Martins argumentou que os réus tentaram constantemente distorcer os fatos, mas que as provas materias deram o ebasamento suficiente ao caso.

“É importante dizer o seguinte: tudo o que eles falaram objetivamente, porque na parte subjetiva eles tentaram o tempo todo amenizar: ‘Ah, eu só queria matar a Marielle, e não o Anderson’, ‘Ah, eu não queria matar ninguém’, mas entrou no carro, mas matou. Só que os dados objetivos foram todos corroborados, a volta que o táxi deu, nós conseguimos demonstrar esse carro indo para Rocha Miranda para ser picotado”, detalhou Eduardo.

Após a fala da acusação e da defesa, será realizada a votação por parte do júri e à juíza caberá efetuar a dosimetria da pena, ou seja, estipular por quanto tempo os dois ainda vão ficar presos.

Mandantes

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, que, consequentemete, resultaram no homicídio de Anderson Gomes. Eles negam envolvimento. O caso dos mandantes corre em separado no Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo dos irmãos Brazão era para impedir que a vereadora continuasse prejudicando os interesses dos dois, desde nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) até a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.

No processo, além dos irmãos, foram denunciadas mais três pessoas: dois policiais que atuavam para a dupla e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa.

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