Quando o STF decidirá sobre caso que teve Bolsonaro indiciado pela PF

O STF marcou para 15 de novembro o julgamento que vai decidir se serão anuladas as investigações e provas da Operação Venire, que apurou fraudes em cartões de vacina contra a Covid-19 e levou a Polícia Federal a indiciar Jair Bolsonaro pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações.

O plenário do Supremo vai julgar, em sessão virtual, um recurso de advogados do PP contra uma decisão de Dias Toffoli, que em setembro negou o pedido de anulação do caso. Embora feita em nome do partido, a solicitação foi protocolada por advogados de Bolsonaro, em março deste ano. No mesmo mês, o ex-presidente foi indiciado pela PF.

O julgamento começa em 15 de novembro e será encerrado no dia 26 de novembro. No plenário virtual, o relator, Toffoli, apresentará seu relatório e seu voto no sistema digital do STF. Até o fim do prazo, os demais dez ministros devem indicar no mesmo sistema se concordam com a posição dele ou se divergem.

Deflagrada em maio de 2023, a Operação Venire mirou supostas fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e de familiares dele. Além de ter sido preso na operação, Cid foi alvo de mandado de busca e apreensão, que recolheu celular e computadores dele. Bolsonaro também teve o celular apreendido pela PF.

No material apreendido com Cid, que os advogados querem anular, os investigadores reuniram provas decisivas para incriminar o ex-presidente nas apurações sobre planos golpistas tramados em seu governo.

Entre elas está o vídeo da reunião em julho de 2022, na qual Bolsonaro e ministros trataram abertamente de um possível golpe. A filmagem foi encontrada em um computador de Mauro Cid, que fechou acordo de delação premiada com a PF.

8 imagens

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaroi em trio elétrico

Bolsonaro em ato na Avenida Paulista no 7 de setembro
Bolsonaro criticou Alexandre de Moares, ministro do Supremo Tribunal Federal
Para petistas, Bolsonaro deve adotar a mesma estratégia
O ex-presidente Jair Bolsonaro apoia Nunes, mas vê Marçal com fôlego para chegar ao 2º turno
1 de 8

Jair Bolsonaro participa de ato na Avenida Paulista

Isabella Finholdt/ Especial Metrópoles

2 de 8

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaroi em trio elétrico

Isabella Finholdt/Especial Metrópoles

3 de 8

Bolsonaro em ato na Avenida Paulista no 7 de setembro

Isabella Finholdt/Especial Metrópoles

4 de 8

Bolsonaro criticou Alexandre de Moares, ministro do Supremo Tribunal Federal

Isabella Finholdt/Especial Metrópoles

5 de 8

Para petistas, Bolsonaro deve adotar a mesma estratégia

Isabella Finholdt/Especial Metrópoles

6 de 8

O ex-presidente Jair Bolsonaro apoia Nunes, mas vê Marçal com fôlego para chegar ao 2º turno

Isabella Finholdt/Especial Metrópoles

7 de 8

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia

Reprodução

8 de 8

Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro

Igo Estrela/Metrópoles

A equipe de advogados do PP, que inclui Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Bettamio Tesser, defensores de Bolsonaro, argumentou que a Petição n° 10.405 do STF, a partir da qual a Operação Venire foi deflagrada, foi ilegalmente instaurada por Alexandre de Moraes no STF.

Os advogados sustentaram que a petição é um “inquérito travestido”, aberto sem participação ou pedido da Procuradoria-Geral da República ou da PF. Assim, as investigações tramitariam sem os devidos controles previstos em lei aos inquéritos, em um quadro de desrespeito aos princípios do “devido processo legal” e da ampla defesa.

Ao decidir negar o pedido, em 26 de novembro, Dias Toffoli sequer analisou o mérito da ação, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).

Em despacho de oito páginas, o ministro negou andamento ao caso no STF, sob o entendimento de que ADPFs não são cabíveis quando há outros meios recursos judiciais para reverter uma decisão. Toffoli considerou que o PP se valeu indevidamente da ação para recorrer da decisão de Moraes.

 

Receba o conteúdo da coluna no seu WhatsApp e assine a newsletter de e-mail

Siga a coluna em Twitter, Instagram, Threads e Bluesky

Adicionar aos favoritos o Link permanente.