Sócio oculto de pirâmide que lucrou R$ 15 milhões é preso na Itália

A polícia italiana prendeu um homem indiciado pela Polícia Federal nos autos da Operação Quéfren. O investigado, de cidadania
italiana, é acusado de integrar organização criminosa; fazer operar, sem a devida autorização, instituição financeira; apropriar-se de valores de que tem a posse ou desvia-lo em proveito próprio ou alheio; estelionato e lavagem de dinheiro. A quadrilha movimentou mais de R$ 15 milhões com esquema de pirâmide financeira.

Como sócio oculto, ele é suspeito de ser operador, captador e destinatário final dos recursos financeiros captados por meio de uma pessoa jurídica, entre 2018 e 2021, apropriando-se de valores aportados em montante superior a R$ 10 milhões.

Em 2022 foi expedido mandado de prisão pela 1ª Vara Criminal Federal em Itajaí (SC) e, em seguida, foi publicada Difusão Vermelha pela Interpol a pedido do Juízo.

Depois de diversas diligências, o investigado foi localizado, no último sábado (16/3), em  em Vailate, Itália. A Justiça Federal e o Ministério da Justiça iniciarão o processo de extradição para o Brasil.

Operação Quéfren

O objetivo da ação desencadeada em maio do ano passado foi desarticular uma organização criminosa que atua na forma de pirâmide financeira (esquema Ponzi) e na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Estima-se que cerca de 120 pessoas foram lesadas, gerando prejuízo de R$ 15 milhões.

Policiais federais cumpriram 11 mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí (SC), sendo três de prisão temporária e oito de busca e apreensão, em endereços situados nas cidades catarinenses de Balneário Camboriú, Tubarão e Camboriú. Ordens judiciais também são cumpridas em Barueri (SP). O tribunal autorizou, ainda, o bloqueio e sequestro de bens em nome de pessoas físicas e jurídicas da organização.

Segundo a PF, a organização é composta por cerca de 20 pessoas. A quadrilha iniciou as atividades ilegais em 2019, por meio da constituição de empresas que atuavam na forma de banco digital, sem autorização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Promessa de lucro

O grupo atuava com a falsa promessa de rendimentos acima dos juros de mercado, captando recursos financeiros na forma de depósitos em dinheiro ou por meio da negociação de criptomoedas.

Foi possível identificar que a principal empresa envolvida encerrou suas atividades em 2021, alegando que todos os investimentos dos clientes estariam bloqueados em uma conta de corretora de moedas digitais.

Posteriormente, essa mesma empresa lavrou boletim de ocorrência acusando uma celebridade italiana de apropriar-se dos recursos. Suspeita-se, no entanto, que podem se tratar de histórias fictícias com o objetivo de os investigados passarem-se por vítimas e esquivarem-se da cobrança dos investidores.

Os crimes nos quais os infratores foram indiciados são os de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional.

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