Negacionista, Trump critica aquecimento global e planeja incentivo a combustíveis fósseis

Washington – Reeleito, Donald Trump planeja expandir a produção de petróleo e gás e reduzir restrições ambientais. Trump, que nega a gravidade das mudanças climáticas, já descreveu o aquecimento global como “uma das maiores fraudes de todos os tempos”. A vitória do republicano levanta preocupações sobre o futuro do combate às mudanças climáticas nos Estados Unidos, que seguem como o maior produtor mundial de petróleo e um dos principais emissores de CO₂.

Kamala Harris e Trump não deram prioridade à pauta climática durante suas campanhas, e nenhum apresentou planos detalhados para a área. Contudo, cientistas e especialistas alertam que o papel dos EUA, sendo uma das maiores economias e emissores globais, é fundamental para qualquer ação climática efetiva.

Contraste de políticas climáticas entre Trump e Kamala

A cientista política Leah Stokes, da Universidade da Califórnia, destacou o contraste entre os dois candidatos no que se refere ao meio ambiente. Para Stokes, o governo de Trump pretende acelerar políticas que podem piorar os efeitos climáticos globais, inclusive removendo regulamentações ambientais de seu primeiro mandato.

Aumento de desastres naturais em meio à expansão de petróleo

NASA e Noaa (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) preveem que 2024 poderá ser o ano mais quente registrado até agora. No entanto, Trump pretende expandir a produção de combustíveis fósseis e reduzir salvaguardas ambientais. Em comício recente, ele reafirmou seu bordão “perfure, querido, perfure”, ressaltando o incentivo ao setor energético em detrimento de preocupações ambientais.

De acordo com o Energy Innovation, um centro de pesquisa de políticas climáticas, medidas de proteção ambiental poderiam, teoricamente, dobrar a redução de emissões de CO₂ nos EUA nesta década. Porém, com a reeleição, Trump pode seguir na direção contrária, defendendo “ar e água limpos” enquanto critica regulamentações ambientais.

Projeto 2025 e alterações no funcionalismo ambiental

Trump já revogou mais de 200 regulamentações ambientais em seu primeiro mandato. Para o segundo, ele pretende adotar o Projeto 2025, idealizado pela Heritage Foundation, que prevê mudanças significativas no funcionalismo público. A proposta permite que cargos técnicos e científicos sejam preenchidos com base em alinhamento político, o que, segundo analistas, enfraquece o papel das ciências no governo.

Possível impacto global e reflexo para o Brasil

A reeleição de Trump deve influenciar negativamente acordos climáticos internacionais. Analistas sugerem que ele poderá retirar os EUA do Acordo de Paris, argumentando que o pacto prejudica a economia norte-americana. Caso isso ocorra, o efeito pode fortalecer discursos negacionistas em outros países.

Para o Brasil, que sediará a COP30 em 2025, a postura dos EUA representa uma ameaça ao avanço de políticas ambientais. Especialistas temem que uma queda no investimento americano em monitoramento climático e pesquisa afete diretamente o Brasil, onde satélites norte-americanos monitoram florestas e fenômenos naturais.


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Perguntas e respostas sobre as políticas ambientais de Trump

O que Trump pensa sobre o aquecimento global?
Trump considera o aquecimento global uma fraude e é contra regulamentações ambientais, focando no desenvolvimento de petróleo e gás.

Como o Projeto 2025 afetaria o meio ambiente?
Esse projeto permite que cargos técnicos sejam ocupados por alinhamento político, o que pode reduzir a influência científica nas políticas ambientais.

Trump pode retirar os EUA do Acordo de Paris?
Sim, essa possibilidade é real, já que ele alega que o acordo prejudica a competitividade da economia norte-americana.

Qual seria o impacto global de uma saída dos EUA do Acordo de Paris?
Uma saída pode enfraquecer o compromisso global com a redução de emissões, além de motivar outros países a diminuir suas metas ambientais.

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