Alexa e Associação Brasileira de Psiquiatria se unem para desestigmatizar TDAH

Na manhã desta quarta-feira (6), foi lançada uma nova cartilha sobre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH. O material foi constituído em uma parceria da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Alexa (assistente virtual da Amazon), visando desestigmatizar a questão e ensinar, de maneira didática, como reconhecer, manejar e buscar auxílio médico para o transtorno.

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Em uma roda de conversas para divulgar a novidade com criadores de conteúdo e jornalistas, reuniram-se o presidente da ABP Antônio Geraldo da Silva, a head de conteúdo da Alexa no Brasil Laura Ancona, e o influenciador digital Gustavo Foganoli. 

Entre os temas discutidos pelos três estão saúde pública e melhora na qualidade de vida proporcionada pela tecnologia. Segundo os dados de pesquisas realizadas na última década sobre a prevalência da doença, o TDAH ocorre em 5,9% das crianças e jovens e em 2,8% dos adultos.


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Ao Canaltech, Laura Ancona, contou que recebeu recentemente um relato emocionante sobre o uso do dispositivo. “Para as pessoas que não têm necessidades especiais, a Alexa torna a vida confortável, mas para quem tem algum tipo de deficiência, ela torna a vida possível”, disse, parafraseando o depoimento dado a ela. 

Prejuízos na rotina

No dia a dia, a desatenção, um dos sintomas mais evidentes da doença, é apenas a ponta do iceberg, resultando em frequentes acidentes dentro de casa e até mesmo na rua. Geraldo comenta que trombar nos móveis e viver com hematomas roxos pode parecer besteira, mas não é.

“Perder o horário e nunca chegar nos compromissos a tempo, passar demais no sinal vermelho e ocasionar multas e acidentes… tudo isso são prejuízos que o TDAH pode trazer. É algo destrutivo se não tratado”.

Em entrevista ao Canaltech, o médico e presidente da ABP ressaltou que o grau de prejuízo que a condição acarreta pode variar, e que não é uma mera questão de força de vontade para ter concentração, exigindo tratamento individualizado.

“O Estado tem que atuar para dar atendimento a quem não consegue pagar. O remédio não tem patente, o próprio Estado pode produzir. Existem muitas crianças que não conseguem estudar e, consequentemente, melhorar de vida, por causa da doença”, disse o médico. 

O evento foi mediado por Jean Langbeckere teve a participação da head de comunicação da Alexa no Brasil, Laura Ancona, o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Antônio Geraldo e o influenciador digital Gustavo Foganoli. Foto: Felipe Triaca/Divulgação

Ele ainda pontua que o problema vai além da saúde e acarreta danos sociais e no trabalho, exigindo tratamento.

“As pessoas não respeitam mais você, porque você não consegue chegar no horário, não entrega o que precisa, perde avião, prazos. O TDAH desperdiça o tempo da pessoa sem ela sequer saber com o que está desperdiçando”, afirmou Geraldo. 

Tecnologia e qualidade de vida

Diagnosticado com o transtorno em 2022, Foganoli, como é conhecido nas redes, contou sobre como a falta de diagnóstico impactou sua infância e prejudicou o desempenho escolar.

“Quando a criança não é diagnosticada cedo, acontece de reprovar de ano, como eu, e se torna mais um custo público”, refletiu ele em entrevista ao Canaltech.

Além disso, ele também disse que a procrastinação era um dos maiores obstáculos enfrentados antes do tratamento. Essa é apenas uma das comorbidades que podem estar atreladas ao TDAH.

Durante o evento, o criador de conteúdo também contou como a possibilidade de delegar lembretes e tarefas simples para o dispositivo representou um alívio da carga mental, que antes era repassada para outras pessoas ou representava um fardo para ele.

Isso foi corroborado por Geraldo, que apontou a necessidade de usar melhor o “capital mental”, como descreve a capacidade humana de memória, aprendizado e tomada de decisões.

Valer-se de recursos que a tecnologia proporciona é o equivalente a “pegar um HD externo e tirar da sua cabeça tudo que estava te atrapalhando”, exemplificou o presidente da ABP.

A cartilha pode ser acessada por todos e está disponível online e gratuitamente no link: amazon.com.br/tdahealexa

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