Assédio: 88% das mulheres sentem medo ao andar por SP, mostra pesquisa

São Paulo — Estudo inédito realizado pelo Instituto Locomotiva e publicado nesta quinta-feira (7/11) aponta que 7 em cada 10 mulheres precisam andar a pé por mais de 20 minutos no cotidiano. Os dados mostram que quase a totalidade delas sente medo ao longo dos percursos. Na capital paulista, por exemplo, 88% temem sofrer assédio ao se deslocarem.

4 imagens

Fechar modal.

1 de 4

O estudo Mulheres, Segurança e Mobilidade na Cidade foi publicado nesta semana

2 de 4

Foram ouvidas, presencialmente, 2.750 mulheres, maiores de 18 anos

Instituto Locomotiva/Reprodução

3 de 4

97% das brasileiras de baixa renda sentem medo de sofrer situações de violência ao andarem a pé

Instituto Locomotiva/Reprodução

4 de 4

A pesquisa foi encomendada pela empresa de transportes 99

Instituto Locomotiva/Reprodução

Medo de sofrer assédio

Das entrevistadas para a pesquisa Mulheres, Segurança e Mobilidade na Cidade, 42% residem na capital de São Paulo e 34% na região metropolitana. O restante (24%) é da cidade do Rio de Janeiro.

O levantamento aponta que 65% das brasileiras de baixa renda se deslocam ao menos cinco vezes por semana pela cidade. Desse total, 69% andam a pé nesses trajetos. Apesar do temor, metade sai de casa à noite ou de madrugada, períodos do dia considerados ainda mais perigosos.

Ao precisarem fazer caminhadas em qualquer horário do dia, 97% das mulheres sentem medo. As principais preocupações são assaltos (93%) e estupros (89%). Outras formas de abuso também aparecem: importunação sexual e assédio (85%), assim como olhares insistentes e “cantadas” (78%).

No estado de São Paulo, 66% das cidadãs já solicitaram a companhia de outra pessoa para não terem que se mover sozinhas pela cidade. Além disso, 61% desistiram de ir a algum lugar por insegurança de chegar a pé.

Mulheres, Segurança e Mobilidade na Cidade

O estudo Mulheres, Segurança e Mobilidade na Cidade foi feito entre 20 de janeiro e 8 de fevereiro deste ano, com foco no deslocamento nas ruas. Foram ouvidas, presencialmente, 2.750 mulheres das classes C, D e E, maiores de 18 anos, que andam pelas cidades pelo menos uma vez por semana.