“Ninjas do PCC” voltam a agir levando celular para dentro do Carandiru

São Paulo — Os “ninjas do PCC”, como são chamadas as pessoas contratadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para entrar nos presídios com celulares e drogas, começaram a atuar no Complexo do Carandiru, na zona norte de São Paulo.

Segundo o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), há algumas semanas policiais penais que atuam na unidade prisional detectaram a atuação dos “ninjas” no Parque da Juventude, vizinho ao complexo.

Ainda de acordo com o sindicato, a grande circulação de pessoas na área pública dificulta a segurança do presídio. O procedimento padrão dos policiais penais é evitar a aproximação na muralha. De começo, a recomendação é engatilhar o armamento. O segundo passo é apontar a arma à pessoa, e, caso o cidadão ainda não tenha se afastado, os agentes têm permissão para atirar.

O Metrópoles apurou que há uma escola técnica no parque e que, por conta da grande movimentação de pessoas, o procedimento dos agentes é “totalmente anulado”, e é justamente dessa situação que os “ninjas” estão se aproveitando.

Falta de segurança no Carandiru

Segundo o Sifuspesp, um policial penal flagrou um preso falando em um micro celular durante uma revista.

O detento se negou a entregar o celular e agrediu o agente com uma cabeçada e uma mordida no braço. Outros policiais e outros presos apareceram para conter uns aos outros e um princípio de motim foi instaurado.

“Hoje o sindicato considera os semi-abertos as unidades mais problemáticas em questão de segurança devido aos arremessos”, afirmou o Sifuspesp se referindo a atuação dos ninjas.

O sindicato ainda disse que questiona a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) desde a transformação da unidade de feminina para masculina. Por conta dos eventos recentes, a organização vai pedir providências novamente.

“Ninjas do PCC”

Os “ninjas do PCC” são contratados pela facção. Seu nome é usado pelas autoridades policiais em referência à forma que o grupo se reinventou para continuar levando, ilegalmente, drogas, celulares e até armas para dentro da cadeia.

Sempre em um horário combinado, o “ninja externo” salta o muro do presídio, deixa uma bolsa e pula de volta o mais rapidamente possível. Dentro da penitenciária, os “ninjas externos” recolhem o material e correm para escondê-lo no pavilhão.

No dia 26 de janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou 15 pessoas por envolvimento no esquema do PCC. A sentença é resultado da Operação Ninjas, deflagrada em maio de 2021, em ação conjunta que envolveu as polícias Civil e Militar, Ministério Público (MPSP) e Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP).

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