‘Precisamos renovar’, diz Tainá de Paula sobre a esquerda

O Partido dos Trabalhadores (PT) encerrou as eleições municipais no estado do Rio de Janeiro com a conquista de três prefeituras. Na Região Metropolitana do Rio, Washington Quaquá foi eleito em Maricá; Andrezinho Ceciliano, em Paracambi, na Baixada Fluminense; e Fernanda Ontiveros, em Japeri, também na Baixada.

Em meio ao cenário político, a vereadora Tainá de Paula compartilhou, em entrevista ao Diário Carioca, uma análise sobre o desempenho do PT, suas alianças e a situação política fluminense. Ela descreveu o resultado do partido como uma “estagnação”, avaliando que o índice de reeleição foi elevado e que os eleitores preferiram apostar em candidatos já conhecidos.


Eu chamo de derrota, não vou passar pano para nossa crise. Mas eu diria estagnação, se compararmos, nossa performance foi igual a 2016, desde então estamos performando da mesma forma

Tainá de Paula, vereadora


A posição do PT no Rio, porém, reflete um contexto mais amplo de disputa política e crescimento da centro-direita e direita no Brasil. Nacionalmente, o Partido Social Democrático (PSD) foi a legenda com o maior número de prefeitos eleitos, seguido pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Já no estado do Rio de Janeiro, o Partido Liberal (PL) assumiu a liderança, com vitórias em 22 municípios, consolidando a influência do partido de Jair Bolsonaro. O PSD, embora tenha conseguido destaque nacional, teve uma participação mais modesta no Rio, com apenas três prefeituras, incluindo a reeleição de Eduardo Paes na capital.

Quaquá x Boulos

Tainá de Paula também comentou sobre a escolha do PT de apoiar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura de São Paulo, em resposta às críticas recentes do vice-presidente do PT, Washington Quaquá.

Quaquá utilizou suas redes sociais para criticar a escolha do partido em São Paulo, classificando a candidatura de Boulos como uma “crônica de uma morte anunciada”. Ele sugeriu que o PT deveria ter optado por outros nomes que, em sua opinião, teriam maior capacidade de diálogo com setores mais conservadores das periferias e da classe média.

Em sua postagem, Quaquá mencionou nomes como Márcio França e Tabata Amaral, além de Ana Estela Haddad.

A vereadora Tainá discordou dessa visão, destacando que Boulos demonstrou compromisso com o PT, especialmente durante a campanha de 2022, quando escolheu não se candidatar à presidência e apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.


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“Absolutamente não! Houve um compromisso do Boulos, muito legítimo e muito louvável no processo eletivo de 2022. Boulos foi muito correto com a gente e ele não concorreu à presidência, e fez a campanha do presidente Lula, como se a dele fosse”, afirmou Tainá ao Diário Carioca.

Ela acrescentou que os desafios enfrentados pelo PT e pela esquerda em geral não são necessariamente fruto de erros de escolha de candidatos, mas de uma crise de identidade e de distanciamento das pautas populares.

“De fato, a esquerda tem uma crise de identidade, uma crise de pautas. A gente se afastar das pautas populares é muito ruim para o nosso dia a dia. Nós precisamos renovar essa comunicação”, completou.

Tainá de Paula – Foto: Paulo Monteiro / Diário Carioca

A vereadora ainda ressaltou que o governo federal, liderado pelo PT, teve um desafio específico no contexto atual, focando em reconstruir a política interna e internacional após as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Segundo Tainá, o partido priorizou “arrumar a casa”, com medidas para reaquecer a economia e melhorar a posição do Brasil no cenário internacional. “Se eu for fazer uma autocrítica do PT, digo que deveríamos rodar o governo fazendo política ao mesmo tempo, esse é o maior desafio do partido”, analisou.

Cláudio Castro

Por fim, Tainá de Paula direcionou críticas ao governo estadual de Cláudio Castro. Ela classificou o governador como um “sobrevivente” do que ela considera ser uma política de arruinamento no Rio de Janeiro e expressou insatisfação com a ausência de um processo de impeachment.

“Foi um erro ele não ter sido impeachado, seria um belo recado para o Rio de Janeiro de que nós precisamos acumular muito para garantir outro destino para o estado”, opinou a vereadora, enfatizando que o Rio de Janeiro “não merece isso” e que um novo arranjo político deve ser construído até 2026.

A análise de Tainá de Paula reflete preocupações com o caminho que a política fluminense tomou nos últimos anos e sugere que o PT deve reavaliar sua comunicação com o eleitorado, retomando pautas que dialoguem com as demandas populares.

A vereadora vê nos próximos anos uma oportunidade de correção de rota tanto para o estado quanto para seu partido, diante de um cenário político que segue cada vez mais polarizado.

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