Ainda Estou Aqui: 5 razões para assistir ao candidato brasileiro ao Oscar

Na última quinta-feira (7) chegou aos cinemas de todo o Brasil o filme Ainda Estou Aqui, longa-metragem brasileiro de drama baseado no livro de mesmo nome escrito por Marcelo Rubens Paiva.

Dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, o título conta a história de Eunice, mãe do escritor, e da brusca mudança ocorrida em sua vida após o marido, o ex-deputado Rubens Paiva, ser capturado e desaparecer nos porões da Ditadura Militar.

Aclamado em festivais mundo afora, o longa é o representante do Brasil no Oscar 2025 e vem ganhando uma pesada campanha de divulgação da Sony no mercado internacional.


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Para que você possa conhecer mais detalhes da história e se entusiasmar para conferir o título nos cinemas, o Canaltech montou uma lista com 5 motivos que fazem valer a pena assistir a Ainda Estou Aqui. Confira!

5. Trama se interliga à história do Brasil

 

Mais do que baseado em uma história real, Ainda Estou Aqui retrata um período político bastante funesto para o Brasil, presente na memória de muitos brasileiros, mas ainda muito importante de ser mostrado (e relembrado) por todas as gerações.

Interligado à história do nosso país, o filme segue os passos de Eunice enquanto busca criar os cinco filhos sozinha, luta por justiça pelo desaparecimento do marido e torna-se ela mesma uma ativista dos direitos humanos.

Assim como aconteceu com centenas de famílias no Brasil – mais precisamente os familiares dos 434 mortos e desaparecidos confirmados pelo Comissão Nacional da Verdade (CNV) –, os Paiva precisaram reerguer-se e ser resistência para seguir adiante.

Algo bastante difícil, tendo em vista o cenário político que perdurou por ainda mais 14 anos, desde o desaparecimento de Rubens em 1971 até o fim da ditadura em 1985.

4. Uma história de luta e resiliência universal

Apesar do momento histórico em que é ambientado, Ainda Estou Aqui conta com uma história de luta e resiliência capaz de tocar a qualquer um.

Filme é estrelado por Fernanda Torres no papel da ativista dos diretos humanos Eunice Paiva (Imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Diferente da maioria dos filmes sobre o período, quase sempre focados no suspense político, o longa é um drama familiar universal – o que explica parte do apelo no mercado internacional.

A história retrata os passos de uma esposa desesperada pelo sumiço do marido, de uma mãe que precisa ser forte para amparar e cuidar dos filhos, e de uma mulher que mesmo vendo o mundo desabar ao seu lado escolhe lutar.

Dores que podem fazer parte da vida de qualquer um e, por isso mesmo, mexer ainda mais com o espectador.

3. Atuações impressionantes

Elenco reunido de Ainda Estou Aqui nas gravações do longa (Imagem: Reprodução/Sony Pictures)

Embora dispense apresentações entre os brasileiros que já conhecem seu trabalho, Fernanda Torres agora vem conquistando também o mundo com sua atuação no longa-metragem.

Na pele de Eunice, que faleceu em 2018, aos 86 anos, mas antes disso tornou-se um símbolo da resistência à ditadura militar, a atriz dá um show de atuação.

A artista, porém, não é a única. Além de Torres, Ainda Estou Aqui conta com atuações de Selton Mello (O Auto da Compadecida) na pele de Rubens Paiva, o político levado, torturado e assassinado pelos militares; Valentina Herszage (Elas por Elas) como Vera Paiva, uma das filhas de Eunice; e Maeve Jinkings (Os Outros) como Dalva Gasparian, fundadora da livraria Argumento.

Fazem ainda parte do elenco do filme nomes como Marjorie Estiano (Sob Pressão), Humberto Carrão (Renascer), Dan Stulbach (Mulheres Apaixonadas) e, claro, Fernanda Montenegro (Central do Brasil), que faz uma participação especial como a versão mais velha de Eunice.

2. O olhar delicado e realista de Walter Salles

Além do roteiro e atuações impecáveis, Ainda Estou Aqui tem uma direção primorosa. Comandada pelo olhar delicado, mas muito realista de Walter Salles, o longa leva o espectador a mergulhar com lente de aumento na vida e nas dores dos Paiva a partir do início da década de 1970.

Walter Salles nos bastidores de Ainda Estou Aqui (Imagem: Reprodução/Sony Pictures)

Um dos mais renomados cineastas brasileiros, Walter Salles carrega em seu currículo filmes como Central do Brasil, Diários de Motocicleta, Na Estrada e Terra Estrangeira – este último, outra dobradinha que fez com Fernanda Torres.

Com uma linguagem bastante direta e até mesmo seca, mas que encontra beleza naquilo que não é dito, mas vivido e lutado pelos personagens, o filme é um mais um acerto inquestionável na filmografia do diretor.

1. Chances reais do Brasil no Oscar

Filme brasileiro está cotado para o Oscar 2025 (Imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Já faz alguns anos desde que um filme brasileiro teve uma repercussão internacional tão poderosa e positiva quanto Ainda Estou Aqui. O título, que ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, foi indicado ao Leão de Ouro, e selecionado para o Festival de Toronto e o Festival de Cinema de Nova York, tem chances reais de chegar até o Oscar 2025.

Embora, como disse a própria Fernanda Torres na coletiva de imprensa do filme, a premiação seja importante, “mas não a medida de tudo”, a indicação de um título brasileiro no Oscar traz, é claro, reconhecimento, além de um impacto muito positivo em toda a cadeia de cinema nacional.

Dito isso, Ainda Estou Aqui é possivelmente, desde Central do Brasil, o filme com mais chances de brilhar na premiação. O que inclui não apenas a categoria de Melhor Filme Internacional, mas também as de Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Diretor e Melhor Filme.

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