Ministro de Minas e Energia defende fim da obra em Angra 3: “Mausoléu”

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu, nesta sexta-feira (8/11), que as obras na usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, sejam concluídas. Para ele, é necessário que o local deixe de ser um “mausoléu”.

“Nós temos que olhar a cadeia nuclear além de Angra 1, Angra 2 e aquele mausoléu que nós vamos deixar de ser em Angra 3. Nós temos que terminar”, reforçou o ministro. “Nós temos que olhar a cadeia [de energia nuclear] já olhando os pequenos reatores nucleares. Em um país transcontinental como o Brasil, não há energia limpa e renovável sem essa fonte energética”, completou.

A declaração foi dada durante evento de lançamento do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034.

Iniciada em 1981, a construção de Angra 3 não avançou muito desde lá e precisou ser paralisada várias vezes devido aos custos com as obras. Até o momento, apenas 65% do trabalho foi concluído.

De acordo com o ministério, a conclusão da usina requer quase R$ 20 bilhões.

“Uma Petrobras enterrada”

Segundo o ministro, é necessário modernizar a cadeia de energia nuclear “como um todo” no Brasil. Ele afirmou ser “inaceitável” o Brasil ter a sétima maior reserva de urânio do mundo e apenas conhecer 26% do próprio subsolo.

Ele pontuou que o governo federal precisa atuar para que os recursos presentes em território nacional sejam utilizados de forma adequada. “Nós temos mais que uma Petrobras enterrada no Brasil e que tem que ser utilizada de forma adequada. O Brasil tem que ser, como diz a Constituição, o controlador dessa cadeia. Mas temos que achar uma fórmula [para] avançar nessa cadeia”, disse.

Investimento de R$ 3,2 tri

O Ministério de Minas e Energia (MME) estima uma injeção de R$ 3,2 trilhões em investimentos na próxima década no setor de energia. Ainda conforme Silveira, o foco dos investimentos seriam as energias consideradas renováveis.

A expectativa é de investir nas áreas de atuação do ministério, em petróleo, gás, biocombustíveis, nas linhas de transmissão, na geração de energia, na produção de combustíveis. “Essa é a nova indústria que focamos, a indústria verde. É isso que torna a nossa transição energética justa e inclusiva”, disse o ministro.

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