Carroceiro vira réu por envolvimento na morte do menino João Miguel

O carroceiro Jackson Nunes de Souza virou réu por envolvimento na morte de João Miguel da Silva Souza (foto em destaque). A Justiça do Distrito Federal (TJDFT) aceitou a denúncia do Ministério Público (MPDFT) na última quarta-feira (5/11). João Miguel foi encontrado morto, aos 10 anos, dentro de uma fossa no bairro Lúcio Costa, em área vegetação próxima ao túnel que dá acesso ao Guará 1.

O caso correu no Tribunal do Júri de Brasília. Jackson responde por homicídio qualificado, corrupção de menores e ocultação de cadáver.

João Miguel passou cerca de 15 dias desaparecido até ter o corpo encontrado, em 13 de setembro último. Jackson foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

A namorada do denunciado, uma adolescente de 16 anos, confessou ter asfixiado João Miguel. A jovem e um dos irmãos do carroceiro, também de 16 anos e envolvido no crime, estão internados no Sistema Socioeducativo do Distrito Federal.

O menino teria sido assassinado após o sumiço de um cavalo de Jackson. A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) destacou que o crime ocorreu por motivo torpe, com uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ter sido cometido contra menor de 14 anos.

Ainda segundo a promotoria, embora o inquérito policial tenha demonstrado que o denunciado ficou responsável pela ocultação do corpo da vítima e que os adolescentes cometeram o homicídio efetivamente, “uma análise detalhada das provas revela que Jackson, maior de idade, tinha o domínio do fato e determinou a morte da vítima, valendo-se dos menores para alcançar a consumação do crime”.

Crime premeditado

As investigações da PCDF também revelaram que os assassinos de João Miguel planejaram o crime após suspeitar que a criança estivesse por trás de furtos supostamente cometidos contra o trio.

A equipe da 8ª Delegacia de Polícia (SCIA) descobriu as supostas desavenças entre Jackson e João Miguel no dia em que o corpo da criança foi encontrado. “[Porém,] não há qualquer ocorrência registrada que confirme a prática desses furtos contra os suspeitos, mas eles relataram que a vítima teria levado bomba d’água, cigarros, narguilé, galinhas, além de ter perdido um cavalo”, comentou, à época, a delegada-chefe da DP, Bruna Eiras.

Os policiais também suspeitaram que o carroceiro pudesse ter envolvimento no crime, pois o corpo de João Miguel havia sido encontrado amarrado com um cabresto. “O item, por si só, leva a um indício de que seria alguém que pudesse mexer com cavalos. E aquele local de mato onde ele foi deixado também demonstra que [o assassino] era alguém que conhecia a região, porque era um local de difícil acesso”, completou a delegada.

Apesar das desavenças, o menino de 10 anos frequentava a casa do carroceiro. No entanto, o estopim dos problemas teria sido o sumiço do cavalo, que João Miguel havia pegado emprestado de Jackson, mas que acabou fugindo. “Esse prejuízo, somado a vários outros, estava incomodando bastante a família do autor [do crime]”, afirmou Bruna Eiras.

Duas prisões

O carroceiro foi preso duas vezes pelo envolvimento na morte de João Miguel. Ele havia sido solto em 26 de outubro, após encerramento do prazo estabelecido para a prisão temporária, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) emitiu um mandado de prisão preventiva contra Jackson em 28 de outubro. A ordem judicial foi cumprida pela 8ª DP na em 29 de outubro.

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