O mundo ficará menor para Maduro com a volta de Trump à Casa Branca

Com o início, em 20 de janeiro próximo, do novo governo de Donald Trump, diminuirá no mundo o espaço de circulação segura para Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela, e alguns dos seus auxiliares investigados por corrupção nos Estados Unidos.

Maduro sabe disso e teme. Lula também sabe e se preocupa. Assessores de Trump dizem que será aplicada “pressão máxima” sobre o governo da Venezuela. Os Estados Unidos, o Brasil e os países europeus são contra a recondução de Maduro ao poder.

A diferença, no caso do Brasil, é que temos com a Venezuela uma fronteira de 2.199 quilômetros. Quando a situação piora por lá, os venezuelanos fogem. Nos últimos sete anos, mais de um milhão deles atravessou a fronteira e encontrou abrigo no Brasil.

O atual governo de Maduro acaba em janeiro. Ele perdeu as eleições de julho último para o candidato da oposição, Edmundo González. Contudo, sem apresentar as atas de votos em cada urna, Maduro proclamou sua vitória e forçou González a deixar o país.

No seu primeiro governo, Trump tentou sem sucesso construir na América Latina uma coalizão de países para derrubar Maduro e instalar em Caracas um governo amigável. Bolsonaro, presidente, disse a Trump que o apoiaria. Mas Bolsonaro é um bravateiro.

Autorizado por Bolsonaro, um caminhão do Exército levando soldados invadiu alguns quilômetros da Venezuela, atolou em uma área de tráfego difícil e retornou. O deputado Eduardo Bolsonaro perdeu tempo ao preparar-se para assistir a invasão abortada.

O Itamaraty duvida que Trump queira ressuscitar o plano de invadir a Venezuela, mas não descarta a hipótese de ele pressionar Lula para que endureça o jogo com Maduro. Quanto a Maduro, já avisou a Trump que almeja melhor entendimento.

“A Venezuela estará sempre disposta a estabelecer boas relações com os governos dos Estados Unidos, enquadradas em um espírito de diálogo, respeito e bom senso”, anunciou na quarta-feira (6) Yván Gil, ministro das Relações Exteriores da Venezuela.

Não parece que Trump se contentará com tão pouco.

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