Entenda por que Daniel Alves não pode usar fortuna para pagar fiança

Mesmo com um patrimônio avaliado em cerca de 60 milhões de euros (R$ 324 milhões), o ex-jogador de futebol Daniel Alves condenado por estupro, na Espanha, se vê com um problema. Apesar de ter conseguido a liberdade provisória para aguardar a decisão final sobre a condenação em liberdade, ele não consegue acesso às contas bancárias.

A fiança para a liberdade foi estimada em 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,45 milhões). Caso o valor não seja depositado, ele deve permanecer preso durante todo o processo. Mas por que o jogador está impedido de movimentar parte do dinheiro que possui?

Em razão de uma disputa judicial no Brasil com a ex-esposa, Dinorah Santana. O processo é referente à pensão alimentícia dos dois filhos que têm.


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Bloqueio de bens

De acordo com a defesa de Dinorah Santana, os bens de Daniel Alves não foram bloqueados integralmente.

“Esclarecemos que não há nenhum processo envolvendo a Dinorah Santana e ex-jogador Daniel Alves que trate de questão patrimonial, e que o único processo que trata de valores é a execução de alimentos, em favor dos filhos comuns”, afirmou a advogada Izabel Bajjani, representante de Dinorah, em nota enviada ao GE.

Segundo ela, “todo e qualquer bloqueio está limitado ao valor da ação” e que a notícia de bloqueio integral do patrimônio do ex-jogador é “desarrazoada”, “não sendo possível divulgar maiores informações acerca do caso, uma vez que o mesmo tramita em segredo de Justiça”, continuou.

Ele também teve o bloqueio de valores na Espanha desde a acusação de estupro. A 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona aceitou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Alves, com a condição de pagamento de fiança.

Durante o julgamento, Inés Guardiola, advogada do jogador, afirmou que o brasileiro tinha uma dívida de 500 mil euros (R$ 2,7 milhões) com o Ministério da Fazenda espanhol e duas contas no país, sendo uma com 50 mil euros (R$ 272 mil) e outra com saldo negativo de 20 mil euros (R$ 109 mil).

Há ainda uma possibilidade de que o Fisco Espanhol deposite um ressarcimento de 1,2 milhão de euros (aproximadamente R$ 6,45 milhões) para o jogador.

O dinheiro aparece por conta de uma ação que ele abriu contra o órgão do país por não concordar com a tributação dos valores cobrados pelos serviços de intermediação do agente Joaquín Macanás, durante a renovação de contrato com o Barcelona entre 2013 e 2014. Até o momento, o depósito não foi feito.

Daniel Alves recorre a amigos

De acordo com os jornais La Vanguardia, El Periódico e ABC, o jogador tentou recorrer novamente a Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar, para obter os valores da fiança. O empresário, no entanto, divulgou nessa quinta-feira (21/3) uma nota na qual nega a ajuda.

Foi do pai de Neymar a transferência dos 150 mil euros (R$ 817 mil), encaminhados à Justiça espanhola como indenização antecipada à denunciante, que influenciou na pena de quatro anos e meio, menor que a prevista.

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