Boi Bilha será o homenageado no Festival da Cerâmica Maragogipinho em Aratuípe

Com homenagem ao Boi Bilha, evento celebra a arte de Maragogipinho com feira de artesanato, rodada de negócios, cursos de qualificação, visitas às olarias e shows de atrações nacionais

Um ofício moldado pelas mãos de um povo forte e resiliente que, há 300 anos, faz do barro a sua arte. O II Festival da Cerâmica Maragogipinho celebra, de 14 a 17 de novembro, a tradição de mestras e mestres ceramistas, artesãs e artesãos de Maragogipinho, localidade reconhecida pela UNESCO, desde 2004, como maior centro cerâmico da América Latina.

Com o tema “Cerâmica e Tradição: Celebrando o Boi Bilha”, o Festival traz quatro dias de intensa programação que inclui a Feira Artesanato da Bahia, rodada de negócios, mostras artísticas, cursos de qualificação, visitas às olarias, gastronomia e shows musicais de atrações como Sandra Sá, Luiz Caldas, Jau, Sambaiana, Aloísio Menezes, Dão Black, além de artistas locais.

Protagonizando a cerâmica e seus artistas, a iniciativa se consolida no calendário de eventos culturais da Bahia como uma realização fundamental para a promoção da arte ceramista de Maragogipinho, proporcionando um espaço de comercialização direta de obras, capacitação de oleiros e estímulo ao turismo de experiência.

“O Festival da Cerâmica abre uma janela potente para que mais pessoas da Bahia e do Brasil conheçam a beleza que é Maragogipinho e se deslumbrem com a arte tão particular e genuína daquele povo. Nesta edição, damos continuidade ao trabalho que desenvolvemos de fortalecimento dessa comunidade e do seu ofício”, destaca a gestora sociocultural Jaqueline Azevedo, diretora da Associação Fábrica Cultural, que co-realiza o Festival.

CERÂMICA ARTESANAL

Durante o Festival, a Feira Artesanato da Bahia reunirá mais de 30 artesãs e artesãos do Baixo Sul que irão comercializar obras artísticas e peças decorativas e utilitárias produzidas nas mais de 140 olarias locais, entre elas: louças de barro, potes, talhas, bois bilha, panelas, vasos, pratos, esculturas e moringas.

“Quando decidimos criar o Festival foi buscando dar visibilidade e consolidar Maragogipinho como destino turístico e cultural, contribuindo para a preservação e divulgação do artesanato local, com toda a sua riqueza e características peculiares. Essa segunda edição reafirma o nosso propósito de incluir o Festival no calendário de eventos culturais da Bahia”, explica Davidson Magalhães, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre-BA), também co-realizadora do Festival.

BOI BILHA E MESTRE VITORINO

Uma das obras mais emblemáticas produzidas ali, o Boi Bilha serve de inspiração para o Festival deste ano. Criado pelo Mestre Vitorino – referência na arte da cerâmica e importante oleiro daquela comunidade, hoje aos 104 anos –, o Boi Bilha é uma moringa em formato de boi modelada em argila. Reproduzida por diversos artesãos locais, a peça carrega heranças dos povos indígenas da região e é tradicionalmente decorada com dois pigmentos naturais: o tauá, de cor avermelhada, e a tabatinga, de cor branca, pintados em padrões ornamentais de ramos, folhas e flores.

MÚSICA, CINEMA E GASTRONOMIA

O palco montado na Praça Matriz receberá shows de artistas nacionais e locais durante os quatro dias de Festival da Cerâmica. Entre os nomes já confirmados estão: na quinta-feira (14), Dão Black, que abre a programação de shows às 19h com um repertório inteiramente dedicado ao rei Roberto Carlos; na sexta-feira (15), a festa começa com a banda Cem, às 19h, seguida por Sambaiana, às 20h30, e Luiz Caldas, às 22h30; o sábado (16) terá Milena Figueiredo, JBS, às 19h e 19h30, e depois Aloísio Menezes, às 20h30, e Sandra Sá, às 22h30; e no domingo (17), a festa começa mais cedo, às 15h, com Geovany Santos, Raphinha Santos, Jau e Jeu Nogueira, encerrando a programação.

Ainda no dia 14, o Festival promove a ação Cinema da Praça, às 18h, com a estreia da série “Em Torno do Barro”, filme documentário sobre os mestres ceramistas de Maragogipinho produzido pela UFRB. Uma feira gastronômica, repleta de produtos regionais da culinária do Recôncavo, Baiana e Nordestina, além de comidas de rua, completará a experiência do público no Festival.

IMERSÃO NAS OLARIAS

Divulgação

São mais de 140 olarias distribuídas em diversos corredores estreitos do vilarejo de Maragogipinho e que preservam o fazer artesanal da cerâmica em ferramentas antigas e instalações rústicas, algumas delas com paredes de bambu e cobertas de folhas de sapé. O Festival vai promover visitas às olarias, em uma imersão com mediação cultural e experimentação de técnicas de cerâmica, diariamente, de 15 a 17 de novembro, em dois horários, às 10h e às 15h.

“O Festival da Cerâmica é resultado do fortalecimento da política pública de fomento ao artesanato da Bahia e do esforço do Governo do Estado para mostrar ao Brasil a grandiosidade de Maragogipinho. Esse lugar é mágico!”, resume Weslen Moreira , coordenador de Fomento ao Artesanato da SETRE.

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