‘O que vimos foi terrorismo, diz Jader Filho sobre explosões no STF

O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil precisa refletir sobre segurança pública e o aumento da violência no país. A declaração foi dada em entrevista durante a abertura do U20 Rio Summit, um encontro internacional de prefeitos e representantes de governos locais.

Ele fazia referência ao episódio ocorrido na noite de quarta-feira (13), em que um homem morreu ao tentar invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília com um explosivo preso ao corpo.

“Precisamos refletir sobre o que está acontecendo no Brasil. Eventos como esse eram inimagináveis há pouco tempo. Estamos vendo o terrorismo se manifestar no nosso país”, declarou.

O ministro comparou a situação aos Estados Unidos pós-11 de setembro. “Se esses episódios continuarem a acontecer, o Brasil terá que mudar a forma de enxergar a questão do terrorismo”, completou.

Jader também destacou a importância de reduzir a polarização política e promover o diálogo. “Todos os lados precisam dar um passo atrás. O extremismo está aumentando a temperatura, e precisamos evitar que a sociedade siga por esse caminho”, afirmou, referindo-se ao atentado e aos atos de 8 de janeiro em Brasília.

Federalismo climático e urbanização sustentável

Na abertura do U20 Rio Summit, o ministro discursou sobre a importância do federalismo climático como ferramenta para combater as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade urbana. Ele ressaltou o papel central das cidades nesse enfrentamento, afirmando que as consequências das mudanças climáticas são mais severas nos centros urbanos.

“Apresentamos um compromisso ambicioso, que nos orgulha, com o federalismo climático. Essa iniciativa promove uma gestão multinível entre União, estados e municípios”, disse.

Jader detalhou ações concretas do Ministério das Cidades, como o financiamento de 150 planos municipais de redução de riscos de desastres, com meta de atingir 200 até 2026.

O ministro também destacou o investimento do governo federal em infraestrutura urbana sustentável por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“Somente neste ano, selecionamos mais de 10 bilhões de dólares em investimentos para prevenção de riscos, urbanização de favelas, contenção de encostas e melhorias no transporte público, incluindo a introdução de ônibus elétricos”, afirmou.

Metas climáticas

O ministro defendeu o protagonismo do Brasil na agenda climática global. Segundo ele, o país assumiu um papel destacado em fóruns internacionais, como a COP28, ao formalizar compromissos como a redução de emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67% até 2035, comparados aos níveis de 2005.

Ele também convidou as delegações presentes no U20 a aderirem à coalizão liderada pelo Brasil. “Queremos inspirar outros países a adotarem políticas que respeitem as diferenças regionais e que incentivem os governos locais a serem protagonistas e não apenas executores”, afirmou.

Desafios e oportunidades para as cidades

Durante o evento, o ministro destacou que as cidades enfrentam desafios diretos, como inundações e ondas de calor, mas também são locais de oportunidades para transformação. “Estamos desenvolvendo planos integrados que capacitam gestores, adaptam as cidades às novas realidades e promovem infraestrutura verde”, disse.

Programas como “Cidades Resilientes” e “Periferias Sem Risco” foram mencionados como exemplos de iniciativas que fortalecem as lideranças locais para enfrentar as mudanças climáticas de forma autônoma e colaborativa.

“O federalismo climático nos permite agir com mais eficiência e transformar planos em ações concretas”, concluiu.

Cenário nacional

A fala do ministro também buscou articular a pauta climática com o contexto político e social do Brasil. Para ele, crises como a tentativa de invasão ao STF mostram a urgência de um debate mais equilibrado e responsável.

“Precisamos construir uma sociedade mais respeitosa, capaz de enfrentar os desafios climáticos e sociais sem cair no extremismo”, afirmou Jader Filho.

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