Ex de diretor afastado da Beija-Flor relata como foram as agressões

A coluna já contou para vocês, queridos leitores, sobre o afastamento do diretor de harmonia da Beija-Flor, Henrique César de Oliveira, mais conhecido como Creck, após ele ser acusado de agredir a então namorada. E agora a gente traz mais detalhes.

Elisa Lopes, vítima da violência, usou o Instagram para revelar os momentos de tensão que passou nas mãos do agora ex-namorado. Ela contou que foi mantida em cárcere, tentou pedir ajuda ao cunhado e ainda disse ter descoberto outros casos envolvendo Henrique César.

“Sofri uma tentativa de homicídio, agressão física e psicológica pelo meu namorado (agora ex). Estou expondo o terror que vivi durante essa madrugada. Fui asfixiada com as mãos dele e ele só me soltou quando, infelizmente, demaiei e urinei nas calças. As tentativas foram por mais de uma vez no mesmo dia”, começou ela.

Em seguida, a moça relatou como tudo aconteceu: “Fui mantida trancada na casa dele de 3:00 até as 5:20 da madrugada. Motivo disso foi porque eu não quis dormir na casa dele. Ele me trancou e disse que eu não sairia de lá mais. E, por questão de segundos, eu quase não saí mesmo”, desabafou.


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Logo depois, Elisa revelou outros casos contra o ex: “Estou sabendo que outras pessoas já passaram o mesmo que eu,mas nenhuma denunciou, com medo. Denunciei, fiz o exame e estou expondo o diretor de harmonia da Beija-Flor! Pra ele saber que foi a primeira e última vez”, afirmou.

Elisa mostrou, ainda, as tentativas de enviar mensagem para o cunhado: “Esse foi o momento que tentei pedir ajuda ao irmão dele,que mora de frente pra casa dele”, explicou, antes de completar:

“Quando o irmão dele retornou, ele me puxou pelo cabelo e me jogou na cama. Esse foi o momento em que ele subiu em cima de mim pela última vez e me manteve asfixiada por um tempo. Em seguida, eu desfaleci, urinei. E acho que por isso ele soltou”, recordou ela.

Na sequência, Elisa contou de outros detalhes: “Lembro de ‘acordar’ com ele me balançando, dizendo que só deixaria eu ir embora se ele fosse junto. Eu disse que chamaria para irmos e pedi um Uber. Quando ele saiu de perto, cancelei e pedi moto. Graças a Deus, a moto estava a 1 minuto dali. Quando ele foi por outra roupa, eu fugi”, disse, antes de expor mensagens que recebeu de outras vítimas e mostrar a marca que ficou em sua testa após a agressão.

Na legenda do relato, a moça pediu que os internautas espalhassem a notícia: “Preciso que compartilhem até esse monstro ser preso!! Ele tentou me matar, tentou matar outras meninas e nada foi feito! Até quando esse cara vai viver em liberdade? Até a próxima ser morta? Preciso de Justiça, minha vida tá em risco! Fui na delegacia abri o B.O, pedi medida protetiva. Mas nada disso garante minha proteção, a proteção da minha família. Eu não vou ser mais uma vítima morta por feminicídio”, declarou.

Os seguidores reagiram: “Cuidem-se moças, pois eles dão sinais! Deus te guie, se cuide! Bola pra frente, fez o certo! E não retira a queixa.. Axé pra você!”, escreveu uma. “Não retire a queixa. Ele vai chorar, pedir perdão e dizer que ama você”, apontou outra. “Que absurdo! Ele merece pagar!!!! Força, mulher, você foi forte demais, grandona ❤”, elogiou uma terceira.

O afastamento da escola de samba

A Beija-Flor de Nilópolis afastou, na noite de quinta-feira (21/3), um diretor de harmonia por conta de denúncias de violência contra a mulher. Nos stories do Instagram, a agremiação de Nilópolis informou sobre a decisão do presidente executivo Almir Reis.

“O G.R.E.S Beija-Flor de Nilópolis, neste ato representado pelo presidente executivo Almir Reis, informa que afastou Henrique César de Oliveira das funções no departamento de harmonia da agremiação imediatamente após a formalização da denúncia”, começou a nota.

E continuou: “A direção ressalta que seguirá acompanhando o caso até que o processo seja julgado pelos órgãos competentes. A agremiação reforça o compromisso irrestrito com a integridade das mulheres e com a defesa de seus direitos. Repudiamos, veementemente, qualquer forma de violência”, encerrou.

De acordo com Elisa Lopes, agora ex-namorada de Henrique César, mais conhecido como Creck, ela foi agredida e mantida em cárcere na casa dele. No Instagram, a moça afirmou que já registrou a ocorrência na delegacia e contou que descobriu outros casos de agressão.

Após a denúncia e o afastamento das funções na escola de samba, Henrique César apagou [ou arquivou] todas as publicações de seu perfil no Instagram, que reúne quase 2 mil seguidores.

Canais de atendimento

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita, e o serviço funciona 24h, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

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