PM diz que fazia bico para delator do PCC devido à “condição precária”

São Paulo — Em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar, um dos PMs que fazia bico como segurança de Vinícius Gritzbach disse que aceitou o trabalho para compensar sua “precária condição financeira”, mesmo sabendo que o homem era acusado de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O relato do soldado Adolfo Oliveira Chaves, de 34 anos, foi dado no último sábado (9/11), um dia após Gritzbach ser morto com 27 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Adolfo e outros quatro policiais militares são suspeitos de envolvimento no crime e foram afastados de suas funções. Para além da investigação sobre a execução, os PMs também são alvos de uma apuração na Corregedoria da PM por fazerem bico irregular e escoltarem um homem réu por homicídio e acusado de lavar dinheiro para o crime.

No depoimento, Adolfo disse que “foi convidado” para trabalhar para a família do delator “pelo 1º tenente PM Garcia do 23º Batalhão da PM [23º BPM]”. O oficial, segue o soldado, “administra atividade de segurança particular para exercer as atividades de segurança da família [de Gritzbach”.

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Gritzbach foi solto em 7 de junho

Segundo MPSP, Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC
Empresário foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia
Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ
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Gritzbach foi solto em 7 de junho

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Conforme revelado pelo Metrópoles, tenente Garcia é Giovanni de Oliveira Garcia, de 32 anos, conhecido como “chefinho”.

O soldado Adolfo acrescentou à Corregedoria que trabalhou com a segurança de Gritzbach e familiares dele, por cerca de dez meses, em 2023. Ele teria pedido para deixar de prestar o serviço após saber, “por meio da mídia, que Vinícius [Gritzbach] tinha envolvimento com o crime organizado, PCC”.

Segundo Adolfo, quando foi se demitir, não mencionou ao tenente Garcia que a motivação era o elo de Gritzbach com a facção, dizendo apenas “achar que estava perigoso”.

O soldado disse, que apesar disso, voltou a trabalhar na segurança de Gritzbach, dias antes do assassinato.

Ele teria aceitado o trabalho “em razão de sua precária condição financeira”, mesmo realizando os bicos oficiais da PM, os quais, de acordo com o soldado, “não são suficientes para suprir suas necessidades”.

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto

Corpo de rival do PCC executado no aeroporto
Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto
Rival de PCC é morto em aeroporto
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PMs suspeitos

Os policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach entraram no radar da equipe de investigação devido ao comportamento considerado suspeito no momento da execução.

O delator do PCC, que estava em uma viagem a Alagoas, desembarcou no Aeroporto de Guarulhos por volta das 15h20 do último dia 8 de novembro. Quatro policiais militares ficaram encarregados de recebê-lo e levá-lo até sua casa, em duas caminhonetes blindadas. São eles: Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima.

Na viagem, Gritzbach estava acompanhado da namorada Maria Helena Paiva Antunes, do segurança particular Danilo Lima Silva, e do policial militar Samuel Tillvitz da Luz.

Momentos antes do delator do PCC sair do aeroporto, o policial Leandro teria informado Gritzbach que apenas um dos veículos iria fazer o transporte, uma Trail Blazer, pois o outro, uma Amarok, estaria com um problema e não dava a partida. Gritzbach teria concordado com a operação.

Enquanto três dos PMs ficaram com a Amarok em um posto de gasolina, Jefferson foi o único que se dirigiu ao aeroporto.

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