Geórgia: opositor alega fraude e joga tinta em chefe de comissão

O chefe da Comissão Eleitoral da Geórgia, Giorgi Kalandarishvili, foi atingido no rosto por um copo de tinta neste sábado (16/11), em Tbilisi, enquanto anunciava o resultado das eleições parlamentares.

O ataque foi feito por David Kirtadze, integrante do partido de oposição Movimento Nacional Unido (UNM), que alega fraude no pleito.

O incidente ocorreu durante uma reunião oficial da comissão eleitoral, que contava com representantes de todos os partidos participantes da eleição de 26 de outubro.

Após discutir com Kalandarishvili, Kirtadze lançou a tinta no rosto do líder eleitoral para mostrar sua insatisfação com os resultados.

Veja: 

Resultado de eleição contestado

A oposição na Geórgia, liderada pelo UNM, se recusa a aceitar os resultados que deram 54% dos votos ao partido governista Sonho Georgiano. Alegações de fraude e irregularidades generalizadas desencadearam protestos em massa nas ruas da capital Tiblissi e em outras cidades do país.

Duas empresas de pesquisa norte-americanas, que monitoraram o pleito, apontaram discrepâncias entre as pesquisas de boca de urna e os resultados oficiais, sugerindo possível manipulação.

O Sonho Georgiano, que é frequentemente acusado pela oposição de estar alinhado aos interesses russos, nega qualquer irregularidade e reafirma seu compromisso com a adesão da Geórgia à União Europeia.

No entanto, a UE congelou a análise do pedido de adesão do país, citando preocupações com retrocessos democráticos.

Tensões

A Geórgia, localizada na interseção entre a Europa e a Ásia, enfrenta desafios tanto internos quanto externos. O país faz fronteira com a Rússia e sofre pressão constante de Moscou desde o conflito de 2008, que resultou na perda das regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul.

O governo do Sonho Georgiano argumenta que busca evitar que a Geórgia seja arrastada para um conflito com a Rússia, como ocorreu com a Ucrânia.

No entanto, críticos afirmam que o partido tem se distanciado dos valores democráticos e reforçado o controle sobre instituições, incluindo a Comissão Eleitoral.

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