“Ficou rindo”, diz atropelada em acidente com jogadora do Corinthians

São Paulo — A técnica de enfermagem Cibelle Jevene Merli, de 40 anos, afirma que a jogadora do Corinthians Jaqueline Ribeiro, 24 anos, foi sarcástica e deu risada em tom de deboche ao provocar um acidente que levou a seu atropelamento na manhã deste sábado (16/11), no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. A vítima sofreu uma fratura no calcanhar direito e uma luxação no ombro.

“Ele foi sarcástica o tempo, ficou rindo, debochando, falando que bebeu para comemorar a vitória ontem do Corinthians [sobre o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista feminino]. Passou a noite bebendo com as amigas e que não iria pegar nada para ela, porque é filha de juiz, jogadora, tem dinheiro”, afirma Cibelle, que se preparava para entrar no trabalho, no Hospital Municipal do Tatuapé, quando foi atropelada em meio ao acidente provocado por Jaqueline.

Segundo o boletim de ocorrência, o Audi de Jaqueline atingiu um Hyundai Creta, que estava até então parado e acabou por atropelar a técnica de enfermagem. A jogadora foi parada somente 300 metros depois, por pessoas que estavam próximas do local.

“Infelizmente, no país em que a gente vive, as leis têm que mudar. Está gritando por mudanças”, diz a técnica de enfermagem. “Ali tem muito barzinho, filhinho de papai bebendo, enchendo a cara, pegando o carro importado e vai cometer crime. A gente vai ter que noticiar isso quantas vezes para as leis mudarem?”, afirma Cibelle.

Também foi no Tatuapé que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho dirigia um Porsche e atropelou e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, em 31 de março.

Segundo a técnica de enfermagem, a jogadora se recusou a passar pelo bafômetro e também não quis fazer o exame de sangue no Instituto Médico Legal (IML). A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz, em nota, “que foi requisitado exame pericial ao IML que constatou negativo para ingestão de bebida alcoólica”.

“Lá, ela recusou bafômetro e no IML recusou o exame de sangue. O médico disse que estava sem sinal de embriaguez. Ela me atropelou às 6h55 da manhã e foi conduzida às 10h. Mesmo que tivesse sinal de embriaguez, já não estaria constando nada”, afirma a técnica de enfermagem.

A técnica de enfermagem foi atendida no próprio hospital onde trabalha. “Só agradeço a Deus por estar viva, apesar do transtorno. Não sei como vai ser daqui para frente. Meu esposo é motorista de aplicativo e vai ter que ficar sem trabalhar para cuidar de mim”, afirma Cibelle.

O caso foi registrado no 30º Distrito Policial (Tatuapé) como lesão corporal culposa na direção do veículo e fuga do local de acidente.

A jogadora e sua defesa não foram localizados até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para sua manifestação.

Em nota, o Corinthians se pronunciou sobre o acidente. “O Sport Club Corinthians Paulista tomou conhecimento do acidente automobilístico envolvendo a atleta Jaqueline na manhã deste sábado, fora do horário de trabalho, na região do Tatuapé, em São Paulo”, disse.

“A atleta esteve no IML, realizou exame para detecção de bebida alcoólica e o mesmo apresentou resultado negativo. Ela também esteve no 30° DP do Tatuapé, onde prestou depoimento e foi liberada pelo delegado de plantão. O clube presta solidariedade e deseja pronta recuperação para a vítima do acidente”, afirmou o clube.

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