O presidente Lula prepara um jantar nesta quarta-feira (20) para o presidente chinês, Xi Jinping, no Itamaraty. Nos bastidores do Planalto, há o receio de que um estreitamento ainda maior com a China signifique aumentar a distância já existente entre o petista e Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos.
Essa preocupação ganhou força após a ofensa da primeira-dama Janja a Elon Musk, dono do X e futuro integrante do governo Trump. No último sábado (16/11), ela disse durante um evento do G-20, no Rio de Janeiro: “Fuck you (vá se foder), Elon Musk”.
Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP) detalha como deverá ser o jantar: “A visita gera expectativa sobre como serão as relações. Sabemos da importância dos EUA, precisamos de boa relação. Mas a China é a maior parceira, não podemos ficar presos em narrativas de democracia versus liberdade etc. Por isso, convidei parlamentares de esquerda, centro e direita. Meu critério foi chamar quem não faz confusão”.
“Não são da confusão, não agiriam nem como a Janja nem como os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. [O ministro das Relações Institucionais] Alexandre Padilha me pediu sugestões, eu entreguei a lista de deputados e senadores. É importante o Brasil mostrar amadurecimento e pragmatismo”, finalizou o deputado, em contato com a coluna.
O presidente Lula demonstrou interesse em arrefecer o clima com Trump após o xingamento de Janja. O petista, que declarou apoio à candidata Kamala Harris na disputa, afirmou que deseja uma uma relação cordial com o novo presidente dos EUA: “Essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém. Nós precisamos apenas indignar a sociedade”.
Quando Trump venceu, Lula disse: “Eu já tive uma belíssima relação com o Bush. Quando eu tomei posse em 2003, diziam que eu ia ter dificuldade de ter relações com o Bush e foi uma relação extraordinária”.
