‘Sem ação global, o planeta vai agonizar’, diz Lula no G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o último dia da Cúpula de Líderes do G20, nesta terça-feira (19), no Rio de Janeiro, com um discurso voltado à urgência da ação climática.

Durante sua fala, Lula destacou que o grupo, responsável por 80% das emissões globais de gases do efeito estufa, deve assumir uma liderança mais firme no combate às mudanças climáticas.

“O Protocolo de Quioto tornou-se uma referência de frustração, e o Acordo de Paris ainda não atingiu o necessário. Não há mais tempo a perder”, afirmou o presidente.

Ele apresentou a Força-Tarefa para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima, liderada pelo Brasil, que reúne ministros de várias áreas e presidentes de bancos centrais para propor soluções conjuntas.

Entre as propostas, Lula pediu que os países desenvolvidos antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou 2045.

“Sem assumir responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais. É hora de todos darem um passo a mais”, declarou.

O presidente também destacou a liderança brasileira no setor. “Nossa matriz energética é uma das mais limpas do mundo, com 90% de eletricidade proveniente de fontes renováveis. Assumimos metas ambiciosas, como reduzir nossas emissões entre 59% e 67% até 2035, além de erradicar o desmatamento ilegal até 2030”, disse.

Ao mencionar a Amazônia, Lula reforçou o papel das florestas e das comunidades indígenas na preservação do meio ambiente. Ele celebrou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que vai remunerar países que mantêm suas florestas intactas.

“Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia continuará ameaçada se o resto do mundo não fizer sua parte”, alertou.


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Outro ponto levantado foi a necessidade de uma nova governança climática internacional. Lula propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU para integrar esforços e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Ele também enfatizou a importância dos oceanos como reguladores climáticos e da bioeconomia como caminho para um desenvolvimento sustentável.

Por fim, o presidente destacou a COP30, que será realizada em Belém, como um momento decisivo.

“A COP30 será nossa última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático. Conto com todos para fazer de Belém a COP da virada”, concluiu.

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