Irmão de estudante morto fala da dor de ver os pais escolhendo caixão

São Paulo — Irmão do estudante de medicina morto durante uma abordagem da Polícia Militar, Frank Cardenas Acosta disse que a morte de seu irmão irá deixar um “buraco no coração da sua família” e que espera que a justiça seja feita. A fala aconteceu durante o velório de Marco Aurélio Cardenas Acosta, na manhã dessa sexta-feira (22/11), no cemitério Gethsemani, na zona oeste de São Paulo.

“Meu irmão foi embora. Ele não vai mais voltar para casa. A dor de ver a sua mãe e o seu pai escolhendo o caixão do seu irmão…eu não vou ter mais o meu melhor amigo do meu lado. Eu peço só que seja feita a justiça, que os responsáveis tenham a condenação que mereçam ter”, disse Frank Cardenas Acosta à imprensa.

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Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM

Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM - na imagem o pai, Julio
Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM - na imagem o irmão, Frank
Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM
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Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM

Isabela Thurmann/Metrópoles

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Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM – na imagem o pai, Julio

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Velório do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto pela PM

Marco Aurélio Cardena Costa tinha 22 anos e estudava medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Ele foi morto com um tiro à queima-roupa disparado por um policial militar dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, na madrugada dessa quarta-feira (20).

No registro da ocorrência, os policiais alegaram que Marco Aurélio estava “bastante alterado e agressivo” e que ele resistiu à abordagem. Ainda segundo a versão dos PMs, o disparo foi feito quando o estudante “tentou subtrair” a arma de um dos agentes — pelas imagens de segurança do hotel, não é possível ver o rapaz tentando pegar a arma.

Durante o velório, o pai de Marco, Júlio Acosta, lamentou a versão dada pelos policiais: “No momento que eu estava destruído, tive que me levantar para defender a imagem do meu filho, a imagem que estava querendo ser desvirtuada (…) Tudo que eu recebi [da vida], agora me foi tirado. Eu não sei dizer o amanhã, eu não tenho o amanhã. Eu só tenho este instante”.

Após a repercussão do caso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou a morte do estudante nas redes sociais na quinta-feira (22).No post, ele disse que “abusos não serão tolerados” e prometeu punições severas para os policiais militares envolvidos.

A fala de Tarcísio também foi comentada pelo pai do jovem. “Ontem à noite, as pessoas me enviaram a notícia do governador que ele tinha pedido desculpa. Era o que nós queríamos, que ele reconhecesse o grave crime, e isso aliviou o nosso coração para poder, agora, tranquilamente chorarmos.”

O caso foi registrado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. Segundo a pasta, o jovem golpeou a viatura policial e tentou fugir antes de ser baleado.

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