“Bebê espacial”: descoberto planeta 1.500 vezes mais jovem que a Terra

Astrônomos liderados por Madyson Barber, da Universidade da Carolina do Norte, acabam de encontrar um dos planetas mais jovens já vistos. Chamado TIDYE-1b, o mundo em questão tem apenas 3 milhões de anos — para comparação, a Terra já soma 4,5 bilhões de anos, ou seja, é 1.500 vezes mais antiga que o planeta recém-descoberto. 

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A equipe encontrou o exoplaneta (nome dado aos mundos fora do Sistema Solar) por meio do método do trânsito. Nesta técnica, os astrônomos observam a passagem do planeta por sua estrela, diminuindo temporariamente sua luz e revelando-a ao observador — que, no caso, era o telescópio TESS, da NASA.

Vários planetas jovens já foram encontrados, mas eles tinham entre 10 e 40 milhões de anos, o que torna a descoberta de TIDYE-1b ainda mais especial. Além disso, mundos jovens assim costumam estar ocultos por discos de gás e poeira que formam o chamado “disco protoplanetário”. Como ele orbita a estrela em um ângulo diferente do disco, está visível.


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Representação do jovem exoplaneta TIDYE-1b (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/R. Hurt, K. Miller (Caltech/IPAC))

É o que explicou Andrew Mann, professor associado na universidade. “Os planetas normalmente se formam a partir de um disco plano de poeira e gás, e é por isso que os planetas em nosso Sistema Solar estão alinhados em um arranjo ‘achatado’ como uma panqueca”, disse ele. 

Mas, no caso, o disco está desalinhado em relação ao planeta e sua estrela, indo contra o que se sabe sobre a formação dos planetas. Ele está bem próximo do astro e leva apenas nove dias para completar uma volta; por isso,os pesquisadores acreditam que TIDYE-1b pode se tornar uma “superterra” ou um “subnetuno”, tipos de planetas que não existem no Sistema Solar, mas que parecem ser comuns em nossa galáxia. 

A descoberta de um mundo tão jovem pode ajudar os cientistas a entenderem melhor as etapas iniciais da formação planetária, bem como as características particulares do processo. Além disso, TIDYE-1b é uma evidência de que os planetas podem se formar muito antes do que se pensava: a falta de planetas com menos de 10 milhões de anos não significa que eles não existem, mas sim que estavam “ocultos”.

O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Nature.

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